Prevalência do câncer varia de acordo com a região do país, mostra Inca
O Inca (Instituto Nacional de Câncer) espera para 2014 a ocorrência de aproximadamente 576 mil casos novos de câncer. Mas a incidência e o tipo de tumor mais frequente varia bastante de acordo com a região do país, como mostram dados divulgados nesta terça-feira (4), Dia Mundial do Câncer. Enquanto no Sudeste prevalecem cânceres associados a boas condições econômicas, como os de próstata e de mama, no Sul chamam a atenção os números altos de câncer de pulmão e de esôfago, e no Norte, o de colo de útero.
O número de casos por 100 mil habitantes (chamado de taxa bruta) varia porque as condições de saúde e do ambiente, bem como hábitos e atitudes, variam de acordo com a área geográfica, explica o Inca. Apesar de o câncer de próstata ser o mais incidente entre os homens em todas as regiões e Estados brasileiros, o risco varia desde 21, no Amapá, a 108, no Rio de Janeiro. No país, a taxa bruta calculada é 70,4.
O câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente entre as brasileiras, com um risco estimado de 15 por 100 mil (excetuando-se pele não melanoma), mas figura na Região Norte como o primeiro (taxa bruta de 23,57) e como o quinto no Sul (15,87 casos a cada 100 mil mulheres).
Veja mais detalhes por região, segundo o Inca:
Norte
A ocorrência da doença varia bastante mesmo em uma única região. Em relação ao câncer de próstata, o Tocantins lidera o ranking com risco estimado de 60,7 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto no Amapá a doença afetará 21 homens em 100 mil. A taxa bruta esperada para a região é de 30 novos casos.
O câncer do colo do útero é uma grande preocupação na região. O risco estimado é de 23,5. Mas no Amazonas são esperados 35 casos a cada 100 mil mulheres, a maior taxa do país. No mesmo Estado, o câncer de estômago tem risco estimado de 13 entre os homens e de 7 entre as mulheres, ambos superiores ao risco regional, respectivamente 11 e 6.
Já em relação ao câncer de pulmão, as maiores taxas ocorrerão em Rondônia, com 10,2 entre os homens e 6,5 entre as mulheres. Na região os números são 7,6 (homens) e 5 (mulheres). A Região Norte é a única na qual o ranking dos cinco tipos mais incidentes entre os homens inclui as leucemias.
Nordeste
O risco estimado para os casos novos de câncer de próstata no Nordeste é de 47,5 por 100 mil, mas o valor chega a 58 no Estado de Pernambuco. Também em Pernambuco é esperada a maior taxa de câncer de mama (51,6). O Maranhão tem a menor taxa, com 17 novos casos a cada 100 mil habitantes. Em contrapartida, possui o maior risco estimado de câncer do colo do útero (26,2). Já Bahia e Paraíba possuem as menores taxas estimadas (14,4 por 100 mil) A média regional é de 18,7.
Chama a atenção o risco estimado para o câncer de estômago no Ceará: 17, 23 para homens (o terceiro maior do país) e 10,43 para mulheres (o maior para o sexo feminino), enquanto as taxas regionais são 10,25 e 6,39, respectivamente. As menores taxas são do Estado de Alagoas: 4,94 (para homens) e 3,36 (entre as mulheres).
O câncer de cavidade oral, quarto mais incidente na região entre homens, tem risco variando de 2 no Maranhão a 9 no Sergipe (para homens). Entre o sexo feminino (nono mais incidente na região), as taxas oscilam de 1,5, também no Maranhão, a 6 no Estado da Paraíba (a segunda maior do país) Regionalmente as taxas são: 7 (homens) e 3,7 (mulheres).
Centro-Oeste
O câncer de mama tem risco estimado de 51,3 no Centro-Oeste, variando de 39 em Mato Grosso a 63, no Distrito Federal. Na capital do país registra-se o menor risco da região em relação ao câncer do colo do útero, onde são esperados 18 casos da doença a cada 100 mil mulheres.
Já Mato Grosso do Sul tem a maior taxa da região e a segunda maior do país, com estimativa de 25,2 casos para o mesmo grupo populacional. A média regional é de 22. Mato Grosso registra o menor risco esperado para câncer de cólon e reto: 7,8 para homens e 9 para mulheres, enquanto na região como um todo, os números por 100 mil são 12,22 e 14,82, respectivamente.
Sudeste
A região concentra a população de maior risco no país para diferentes tipos de câncer associados a melhores condições socioeconômicas, desenvolvimento e à urbanização: próstata (88/100 mil), mama (71) e cólon e reto (22,6, homens; e 24,5, mulheres).
Por Estado, o Rio de Janeiro lidera o número de casos esperados por 100 mil homens para o câncer de próstata (108,3); mama feminina (96,4) e cólon e reto (26,4 e 29,7 para homens e mulheres, respectivamente) e pulmão (22 no sexo masculino e 14,2 no feminino).
A região tem o menor risco para câncer de colo do útero: 10 e, por Estado, Minas Gerais é o que está em melhor situação: 8,3 casos novos por 100 mil mulheres (o menor do país).
Sul
Nos Estados do Sul chama a atenção a maior incidência de câncer de pulmão e de esôfago, devido à maior prevalência de fumantes na região e ao consumo regular do chimarrão. A taxa bruta para o tumor maligno de pulmão chega a 33,6 para homens (segundo no ranking dos mais incidentes) e a 21,3 para mulheres (terceiro no ranking). E para a doença de esôfago, 16 novos casos a cada 100 mil homens (figurando como o quinto no ranking por sexo). A taxa bruta para o câncer de próstata também é a mais alta entre todas as regiões do país (91,2 por 100 mil homens).
O Rio Grande do Sul possui o maior risco de câncer de pulmão no país em ambos os sexos (46,4 em homens e 28,5 em mulheres). Na mesma região estão a segunda e terceira maiores taxas: Paraná e Santa Catarina, respectivamente.
O Estado gaúcho também registra a segunda maior taxa esperada para câncer de mama (87,7 por 100 mil mulheres) e a sétima menor para câncer do colo do útero (14,6). Os três Estados da região detêm as maiores taxas de melanoma, sendo o Rio Grande do Sul o primeiro (7,4 em homens e 6,7 em mulheres); Santa Catarina o segundo (7,4 em homens e 6,4 em mulheres) e Paraná em terceiro lugar com risco de 5 em homens e em mulheres.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.