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Vacina contra HPV não aumenta risco de ter esclerose múltipla, diz estudo

Do UOL, em São Paulo

06/01/2015 13h00

Um novo estudo feito em garotas e mulheres na Dinamarca e na Suécia desmistificaram rumores que associavam a vacinação contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano, sigla em inglês) ao desenvolvimento de esclerose múltipla ou outras doenças desmielinizantes (grupo de desordens no sistema nervoso central). Segundo pesquisa publicada nesta terça-feira (6) na Jama (The Journal of the American Medical Association), os riscos de ter uma dessas desordens não aumentam em quem tomou a vacina.

Desde o licenciamento da vacina quadrivalente do HPV (qHPV), em 2006, e, posterirormente da bivalente, mais de 175 milhões de doses foram distribuídas em todo o mundo. A introdução da imunização em larga escala em um novo público-alvo – garotas e jovens mulheres – tem sido alvo de preocupações em relação a sua segurança, algumas com o potencial de minar a confiança do público nessas novas vacinas.

Para verificar que há motivos reais para preocupação, Nikolai Madrid Scheller, do Statens Serum Institut, de Copenhague, na Dinamarca, e seus colegas realizaram um estudo que incluiu meninas e mulheres suecas e dinamarquesas, entre 10 e 44 anos, acompanhadas entre 2006 e 2013. Foram usados registros de saúde dos dois países, com dados sobre imunização contra o HPV e diagnósticos incidentes de esclerose múltipla e outras doenças desmielinizantes, para identificar o grupo de estudo.

Um total de 3.983.824 meninas e mulheres foram identificadas e, delas, 789.082 foram vacinadas contra o HPV no recorte de tempo feito no estudo. De 2006 a 2013, houve 4.322 casos de esclerose múltipla e 3.300 casos de outras doenças desmielinizantes, dos quais apenas 73 e 90, respectivamente, ocorreram dentro do período de risco, que é de dois anos após a vacinação.

Após a análise dos dados, os pesquisadores não encontraram um risco aumentado de incidência de esclerose múltipla ou outras doenças desmielinizantes associado à vacinação. "Nosso estudo se soma ao corpo de dados que comprovam o nível favorável de segurança global da vacina qHPV. O tamanho do estudo e o uso de dados de registro dos países permitiram uma análise com potência adequada para generalizações", escrevem os autores no estudo.