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Campanha para ajudar bebê sem pernas e braços atinge 250 mil pessoas

Divulgação
Imagem: Divulgação

Maria Júlia Marques

Do UOL, em São Paulo

30/10/2015 20h03

Uma campanha para ajudar Gabriel, um bebê de apenas oito meses que nasceu sem os braços e as pernas, viralizou na internet e atingiu cerca de 250 mil pessoas em uma semana. O neném é o quinto filho de Roseli Quitéria, de 39 anos, que vive de aluguel de uma casa na zona leste de São Paulo.

A história da luta da grande família comoveu a editora Wanderleia Farias, que recebeu uma foto do menino por e-mail. “Recebi a história de uma amiga de Roseli. Quando vi a foto senti que precisava ajudar, fui à casa deles logo no dia seguinte”, conta Wanderleia.

Após conhecer Gabriel, há menos de um mês, a editora disse que se "apaixonou" pela criança. “Ele é um encanto, sorridente, tinha aprendido a mandar beijo e tudo. Eu não sabia o que podia dizer para família, mas tive algumas ideias e chegando em casa já coloquei em prática”. Wanderleia disse que primeiramente pensou em escrever a história e vender para os amigos, para juntar um pouco de dinheiro.

Roseli afirma que nem em seus sonhos imaginou que o encontro com a editora poderia transformar sua vida. "Ela veio conversar, achei que seria uma pessoa que me apoiaria, mas ela ajudou a mudar a nossa vida", afirmou.

Wanderleira então escreveu o livro ‘’Gabriel: Quando o coração transborda de amor, a alma suspira de esperança” e pediu para os colegas avaliarem. O exemplar tem 24 páginas e começa no momento em que a mãe do menino recebe a notícia que o bebê tinha a má-formação. “Um amigo me disse que amou o texto e que eu devia pensar grande e pedir ajuda no Facebook, mas não imaginava tamanho retorno”, contou Wanderleia.

Para conseguir juntar dinheiro, a editora iniciou na última sexta-feira (23) uma campanha online para viabilizar a impressão de 15 mil exemplares. Segundo ela, as vendas renderão cerca de R$ 225 mil, que serão revertidos na compra de uma casa para a família de Gabriel.

Na mesma noite, milhares de pessoas se disponibilizaram a ajudar e um casal proprietário de uma gráfica de Curitiba garantiu a impressão dos livros. “Quando postei fiquei pensando que deveria ter pedido um valor menor, que estava exagerando. Mas em minutos o meu celular não parava de piscar mostrando diversos compartilhamentos e mensagens”, diz Wanderleia.

A adesão foi tão grande e rápida que Roseli teve de recusar a doação de algumas cestas básicas por já ter comida para dois meses. "Não tenho palavras para agradecer todas as doações, estou muito feliz. Vou contar sempre essa história para o Gabriel, tenho certeza que ele ficará muito contente e grato," afirma Roseli. A mãe do menino afirmou que já recebeu fraldas, roupas, leite e até remédio. Além disso, ela conta que agora os doadores começaram a perguntar sobre os outros filhos, para doarem o que for necessário.

“O movimento todo foi uma avalanche, precisei convidar amigos para me ajudar a responder as mensagens que vinham desde advogados querendo ajudar na parte legal, até quem pedia a conta da Roseli para depositar dinheiro”, diz Wanderleia.

As edições ainda não estão prontas, mas para os interessados é possível reservar uma cópia acessando o site do livro. Wanderleia informou que queria evitar o assistencialismo por comoção, e por isso investiu na venda de um produto. Ainda segundo ela, os direitos autorais da publicação vão ser doados para Roseli, para que ela se organize financeiramente e faça outras reimpressões do exemplar.

“É muito gratificante sentir essa energia positiva, criamos uma rede do bem. Não sei o total de livros já vendidos na pré-venda, mas vi pedidos de 500 exemplares, 100... Com sorte já esgotamos essa leva de publicações”, conclui Wanderleia. 

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