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Casos suspeitos de microcefalia chegam a 1.761 e atingem 422 municípios

Do UOL, em São Paulo

08/12/2015 11h38

Os casos de bebês com suspeita de microcefalia (má-formação do cérebro) continuam aumentando no Brasil e chegam a 1.761 em 422 municípios de 13 Estados e no Distrito Federal, segundo um novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, nesta terça-feira (8), em Brasília. No balanço foram constatados 19 óbitos de bebês com microcefalia em oito Estados.

O total de casos mostra um crescimento de 41% dos casos comparado ao último balanço, quando foram registrados 1.248 bebês com suspeita de microcefalia no país.

Os casos do balanço divulgado hoje foram contabilizados até 5 de dezembro e ainda são considerados suspeitos porque são necessários exames de imagens do cérebro das crianças para confirmar a má-formação. No balanço, entram todas as crianças nascidas com cabeça com perímetro menor do que o considerado normal, o que é um indício da doença.

O governo confirmou pela primeira vez a relação entre o zika vírus e a microcefalia depois do resultado positivo de um exame de um bebê cearense com microcefalia feito pelo Instituto Evandro Chagas, do Pará, cuja mãe foi infectada pelo vírus. Desde que foi confirmada essa relação com o zika --transmitido pelo mosquito Aedes aegypti-- os casos de microcefalia passaram a ser de notificação compulsória no país.

A partir desta terça-feira (8), todos os casos notificados de microcefalia levarão em conta o novo protocolo do ministério, que aponta que a suspeita de microcefalia será dada a bebês que nasçam com a circunferência craniana igual ou menor do que 32 centímetros. Antes, já tinha a suspeita de microcefalia quando crianças nasciam com o crânio igual ou inferior a 33 centímetros.

Novos critérios

Apesar do novo protocolo, crianças que nasçam com crânio com pelo menos 33 centímetros serão acompanhadas, embora com chances mínimas de ter microcefalia, segundo Claudio Maierovitch, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

"Essa diferença de um centímetro leva a um grande número de notificação de crianças que estão no limite da curva de normalidade. As crianças nessa faixa continuarão sendo acompanhadas, mas a probabilidade de ter microcefalia é baixíssima", disse Maierovitch.

O governo federal mudou os critérios para a definição de casos de microcefalia na semana passada. A decisão, começou a valer na quinta (3), em Pernambuco, Estado com o maior número de casos, e esperava-se que seria estendido para todo o território nacional. Na prática, menos pacientes serão considerados como casos "suspeitos". Segundo o ministério, a mudança teve como base o padrão determinado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo Maierovitch, o novo protocolo estabelece também critérios para óbito fetal e abortamento por suspeita do vírus zika.

"É esperado que cerca de duas semanas seja um tempo suficiente para classificação dos casos a partir dos exames", afirmou Maierovitch.

Pernambuco continua com mais casos

O Estado de Pernambuco continua tendo o maior número de casos (804, mas sem casos de morte), seguido da Paraíba (316 com uma morte); Bahia (180 casos com duas mortes); Rio Grande do Norte (106 casos e sete mortes); Sergipe (96 casos e quatro mortes); Alagoas (81 casos); Ceará (40 casos e uma morte); Maranhão (37 casos e uma morte); Piauí (36 casos e uma morte); Tocantins (29 casos); Rio de Janeiro (23 casos e duas mortes); Mato Grosso do Sul (nove casos); Goiás (três casos) e Distrito Federal (um caso).

Protocolo de emergência

O Ministério da Saúde lançou nesta terça (8) um protocolo emergencial de vigilância e resposta aos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika. O objetivo, segundo a pasta, é passar informações, orientações técnicas e diretrizes para profissionais de saúde e equipes de vigilância.

O documento contém a definição de casos suspeitos de microcefalia durante a gestação, o parto ou após o nascimento. Também traz critérios para a exclusão de casos suspeitos e apresenta um sistema de notificação e investigação laboratorial.

Há ainda orientações sobre como deve ser feita a investigação epidemiológica de casos suspeitos e sobre o monitoramento e análise dos dados. O protocolo também traz informações sobre o reforço do combate ao Aedes aegypti.

(Com informações da Agência Brasil)