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Agricultor pega raiva humana após quatro anos sem casos da doença no CE

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

26/10/2016 13h10

Um agricultor morador da zona rural de Iracema, no Ceará, foi diagnosticado com raiva humana após ser internado em Fortaleza, capital cearense. Esse é o primeiro caso da doença registrado no Estado desde 2012.

O homem, de 37 anos, foi mordido por um morcego hematófago enquanto dormia, no dia 16 de setembro, segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará. A pasta informa que ele não procurou assistência médica após o acidente e teve os primeiros sintomas da doença manifestados um mês depois do ataque. O agricultor foi internado no hospital São José de Doenças Infecciosas na última quinta-feira (20).

A secretaria diz que foi dado soro antirrábico humano ao paciente e solicitado ao Ministério da Saúde o medicamento Biopterina, utilizado no tratamento da doença. O ministério já enviou o remédio. Ainda segundo a secretaria, o Ceará está realizando a busca de outras pessoas que possam ter sido expostas à agressão de morcegos.

Doença estava sob controle no Ceará

Segundo a Secretaria de Saúde do Ceará, entre 2005 e 2012, foram confirmados cinco casos de raiva humana no Ceará. Em apenas um caso a transmissão foi através de cão. O registro foi feito no município de Chaval, em 2010.

Os outros quatro casos foram transmitidos por saguis (soins) em São Luís do Curu, no ano de 2005, em Camocim, no ano de 2008, em Ipu, em 2010, e em Jati, no ano de 2012.

Raiva humana é praticamente letal

A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida ao ser humano por mordida, lambida ou arranhão de um animal infectado. Os principais transmissores são cães, gatos, morcegos e macacos (saguis ou soins). A doença é praticamente letal. Até hoje, só duas pessoas sobreviveram a ela, uma nos Estados Unidos e outra em Pernambuco. As duas ficaram com sequelas.

Para evitar a transmissão da doença, a recomendação é lavar bem o ferimento com água e sabão e procurar os serviços de saúde imediatamente. A vacina humana contra a raiva deve ser dada como profilaxia pré-exposição ao risco ou pós-exposição ao vírus, nos casos de acidentes leves e acidentes graves.

O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de cães e gatos como a principal maneira de evitar casos de raiva no homem, além do controle da circulação do vírus tipo 3, encontrado também nos morcegos hematófagos.