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SP nega surto de febre amarela, reabre parques e anuncia vacinação

Paulistanos enfrentam fila para receber dose da vacina contra a febre amarela em unidade de saúde no Planalto Paulista, em São Paulo (SP), na manhã desta quarta-feira (10) - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Paulistanos enfrentam fila para receber dose da vacina contra a febre amarela em unidade de saúde no Planalto Paulista, em São Paulo (SP), na manhã desta quarta-feira (10) Imagem: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

10/01/2018 14h09

O secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, afirmou nessa quarta-feira (10) que não há surto de febre amarela no Estado, e sim um "aumento de casos". Três parques estaduais da região metropolitana de São Paulo que haviam sido fechados em outubro do ano passado por conta do risco de transmissão de febre amarela para humanos foram reabertos hoje. À época, foram encontrados na região macacos mortos infectados pela doença.

Existe definição para cada um dos termos: surto, pandemia, epidemia. O que temos no Estado é o aumento do número de casos

David Uip, secretário de Saúde de São Paulo

O estado tem 29 casos de febre amarela silvestre confirmados, desde janeiro 2017, e 13 mortes. Uip destacou que o governo está tomando medidas preventivas para impedir mais transmissões. "Estamos alertando, não estamos alarmando. O estado tem a situação em absoluto controle. Não vai haver epidemia, pandemia, mas, infelizmente, vamos ter mais casos", disse.

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O governo de São Paulo anunciou também que fará o Dia D de Vacinação contra a Febre Amarela no dia 3 de fevereiro. A campanha inédita no estado vai se estender até o dia 24 com a aplicação de doses fracionadas da vacina em 53 municípios prioritários. Em 40 delas, a dose será ofertada para toda a população, devido à alta concentração de mata. Nos 13 municípios restantes, a vacina será dada aos moradores de locais mais vulneráveis.

A expectativa é vacinar 6,3 milhões de pessoas em cidades da Grande São Paulo, do Vale do Paraíba e do litoral que foram definidas por integrarem corredores ecológicos. Segundo a secretaria, esses municípios ainda não foram alcançados pelo vírus, mas o objetivo é proteger preventivamente a população. 

Na capital paulista, a imunização fracionada será disponibilizada em 15 distritos. São eles: Capão Redondo, Cidade Dutra, Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Grajaú, Guaianases, Iguatemi, Jardim São Luís, José Bonifácio, Parque do Carmo, Pedreira, São Mateus, São Rafael, Socorro e Vila Andrade.

A vacina fracionada tem um quinto da vacina integral. Embora com menor quantidade, seu efeito protetor é semelhante ao da dose padrão. A diferença é o tempo de proteção. Enquanto na dose padrão a imunidade é, em tese, para a vida toda, a da vacina fracionada é de 8 anos.

Nas demais áreas do Estado de São Paulo onde já há vacinação em razão da circulação do vírus a imunização seguirá com a vacina plena. 

Uip destacou que a divulgação dos números da doença no estado será feita às sextas-feiras e que o órgão informará apenas casos confirmados. "São quatro parâmetros, sendo que dois são ambulatoriais. Nós usamos o dado epidemiológico, o diagnóstico clínico e dois exames fundamentais, o PCR e os exames imuno-histoquímico em tecidos. Ninguém fala em nome do Estado a não ser nós", disse ele ao se referir a dados desencontrados apresentados por municípios ou por laboratórios. Ele informou que o prazo máximo para confirmação é de dez dias.

Mortes por febre amarela 

Os municípios que registraram infecção com morte são Américo Brasiliense, Amparo, Batatais, Monte Alegre do Sul, Santa Lúcia, São João da Boa Vista, Itatiba, Mairiporã e Nazaré Paulista.

Os demais casos foram registrados em Águas da Prata, Campinas, Santa Cruz do Rio Pardo, Tuiti, Mococa, Jundiaí e Mairiporã. Em relação a mortes e adoecimento de primatas como macacos e bugios, foram 2.491 casos desde julho de 2016, sendo que a febre amarela foi confirmada em 617 animais. Mais 60% desses registros ocorreram na região de Campinas.

Reabertura de parques

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a reabertura dos parques foi possível após a realização de inventário dos parques e vacinação da população do entorno. A orientação agora é que somente visitem essas áreas pessoas vacinadas há mais de dez dias. Foram afixadas faixas com esta informação na entrada do Horto Florestal, do Parque da Cantareira e do Parque Ecológico do Tietê, todos na zona Leste da capital.

* Com informações de Camila Maciel, repórter da Agência Brasil