Após Facebook banir extremistas de direita, Trump reage: 'censura'
Resumo da notícia
- Facebook expulsou diversos extremistas de direita
- Argumentou que eles propagavam discurso de ódio e violência
- Trump classificou a ação como "censura"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não gostou nada do que o Facebook fez nesta semana. Se você pensa que o alvo da ira do mandatário norte-americano foram as alterações anunciadas pela rede social para integrar todos os seus aplicativos, do WhatsApp ao Instagram, mas que não melhoraram em nada como nossos dados são explorados, é melhor pensar novamente.
Trump ficou pistola mesmo foi com o Facebook ter banido diversas personalidades de extrema-direita, dentre os quais propagadores de discurso de ódio, de teorias da conspiração e de declarações antissemitas.
Eu continuo monitorando a censura a CIDADÃOS AMERICANOS nas plataformas de mídia social. Isso aqui são os Estados Unidos da América - e nós temos algo que é conhecido como LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Nós estamos monitorando e observando de perto!!
Donald Trump
Mas quem, afinal, a rede social botou para fora? O Facebook (e o Instagram) baniu as páginas e perfis de:
- Alex Jones: radialista americano e o teórico da conspiração mais popular dos EUA. Dono da página Infowars, também banida, ficou conhecido por questionar a veracidade dos ataques de 11 de setembro, o massacre da escola Sandy Hook e outros eventos traumáticos;
- Louis Farrakhan, líder do grupo Nação do Islã, acusado de antissemitismo;
- Milo Yiannopoulos, comentarista político britânico e ex-editor do site de extrema direita americano Breitbart News;
- Paul Nehlen, que concorreu como "candidato cristão branco" na eleição de 2018 para o Congresso dos EUA, também apontado como antissemitismo;
- Paul Joseph Watson, radialista britânico e teórico da conspiração que colabora com o Infowars;
- Laura Loomer, ativista política que trabalhou como repórter da página canadense de extrema-direita Rebel Media.
Em outra postagem, o presidente Donald Trump acusou as redes sociais de perseguirem conservadores:
Está ficando cada vez pior para conservadores nas redes sociais
Ainda que Trump defenda a liberdade de expressão, a empresa de Mark Zuckerberg argumentou que essas pessoas estão sendo retiradas da plataforma por violarem suas políticas que proíbem "indivíduos e organizações perigosos". As regras não permitem, afirma a rede social, "atividade terrorista; ódio organizado; assassinos em série ou em massa; tráfico humano; violência organizada ou atividade criminosa". O Facebook afirma que "remove conteúdo que expresse apoio ou exalte grupos, líderes ou indivíduos envolvidos nessas atividades".
O Facebook divulgou alguns dos incidentes levados em consideração para remover as contas dos extremistas e indicou ainda que considerou tanto o comportamento dessas pessoas dentro da rede social quanto fora dela. De forma geral, a empresa afirmou que esses indivíduos convocaram ou realizaram atos de violência com base em preconceitos raciais ou étnicos ou ainda descreveram-se como seguidores de alguma ideologia odiosa. Eles também disseminação discurso de ódio ou insultos em seus perfis, continuou a rede social.
Dentre as ações apontadas pelo Facebook, estão:
- Jones apareceu em vídeos com o fundador da organização Proud Boys, Gavin McInnes, em dezembro e novamente em fevereiro. O Facebook designou McInnes como uma figura de ódio por liderar uma organização considerada neonazista
- Yiannopoulos elogiou publicamente McInnes e o ativista de extrema-direita britânico Tommy Robinson, que o Facebook classificou como uma figura de ódio
- Loomer apareceu com McInnes em dezembro e, mais recentemente, declarou seu apoio à ativista de extrema-direita Faith Goldy, que foi banida depois de postar vídeos racistas em sua conta.
Nós sempre proibimos indivíduos ou organizações que promovem ou praticam violência e ódio, independentemente da ideologia. O processo de avaliação de potenciais infratores é extenso e é o que nos levou a nossa decisão de remover essas contas hoje
Facebook, em comunicado à imprensa
Ainda que tenha retirado perfis e páginas dessas pessoas de seus serviços, a rede social ainda permite que conteúdos produzidos por elas sejam compartilhados, o que, na prática, afastaria a acusação de censura. Vídeos de Farrakhan, por exemplo, continuavam disponíveis no Instagram, em contas de outros usuários, após o fechamento das páginas dele.
Antes do Facebook, que enfrenta diversos questionamentos sobre como trata a privacidade de seus usuários, outras empresas de tecnologia, como Apple, Google (YouTube) e Twitter, já haviam banido algumas dessas figuras de suas plataformas.
Trump não se contentou em reclamar apenas do Facebook. Reclamou do Twitter, que já havia banido Alex Jones e congelado a conta do James Wood, ator que virou comentarista da extrema-direita - a punição foi dada até que ele deletasse uma mensagem em que usou a hashtag #HangThemAll, em referência ao procurador Robert Mueller, que investiga as relações do presidente norte-americana com a Rússia.
Como pode ser possível que James Woods (e muitos outros), uma forte e responsável voz conservadora, seja banido do Twitter? Mídias sociais e a mídia fake News, juntas com seu parceiro, o Partido Democrata, não tem ideia dos problemas que eles estão causando a si mesmos. MUITO INJUSTO!
Donald Trump
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