Número de mortos por chuvas na China sobe para 77
PEQUIM, 26 Jul 2012 (AFP) -O número de mortos nas piores chuvas que atingem Pequim em 60 anos subiu para 77, informou nesta quinta-feira a agência de notícias oficial da China, Xinhua. O dado supera em mais de duas vezes o anteriormente comunicado.
Muitos moradores da capital chinesa mostraram dúvidas sobre os dados oficiais que apontavam 37 mortos, segundo um anúncio das autoridades de Pequim no domingo.
A chuva torrencial do sábado, tida como a pior desde o início dos registros no país, em 1951, fez com que rios enchessem e inundassem as principais rodovias da cidade, atingindo uma enorme quantidade de veículos.
Em Fangshan, região mais afetada, na periferia montanhosa a sudoeste da cidade, moradores relataram na segunda-feira que carros haviam sido arrastados e muitas pessoas ainda estavam desaparecidas.
Desde então, diversas pessoas ficaram presas em seus veículos, incapazes de abrir as portas e janelas com a elevação do nível da água e sofrendo com a demora das equipes de resgate.
Muitas pessoas usaram os weibos chineses --microblogs parecidos com o Twitter-- para condenar a resposta oficial ao desastre na capital, que veio em um momento de grande instabilidade política.
Alguns dizem que o número de mortos e a dimensão da destruição poderiam ter sido menores se o governo tivesse dado alertas melhores, incluindo por SMS, e tivesse modernizado os antigos sistemas de drenagem de Pequim.
Autoridades ordenaram que a mídia estatal se limitasse as histórias "dignas de louvor e lágrimas", enquanto censurava os raivosos comentários nos microblogs e ameaçava prender os críticos.
"De hoje em diante, iremos agir severamente em relação àqueles que estão usando a internet para... criar e transmitir rumores políticos e atacar o partido (Comunista), os líderes do Estado e o sistema vigente", disse na terça-feira o chefe de polícia da cidade, Fu Zhenghua, segundo o jornal Beijing Times.
A ameaça, amplamente divulgada nesta quinta-feira, não impediu o surgimento de novas críticas, com mensagens que a qualificavam como "uma confrontação aberta ao povo".
A porta-voz de Pequim, Wang Hui, insistiu, no início da semana, que as autoridades não iriam omitir o número real de mortos, se dizendo ciente de que a falta de atualizações por parte do governo gerou a desconfiança das pessoas.
Ela disse que as autoridades reconheciam que a importância de divulgar o número de vítimas, mencionando a epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) em 2003, quando a China enfrentou a revolta internacional por tentar encobrir a doença.
As enchentes causaram um prejuízo de mais de 10 bilhões de iuan ($1,57 bilhão) e afetou mais de 1,9 milhão de pessoas, de acordo com a Xinhua.
As autoridades da cidade informaram nesta semana que o prefeito de Pequim, Guo Jinlong, iria se afastar, após diversos usuários do weibo exigirem sua saída.
As autoridades também disseram, no entanto, que a decisão não tinha relação com as chuvas e que Guo iria se tornar o secretário do partido Comunista em Pequim, cargo mais importante.
Muitos moradores da capital chinesa mostraram dúvidas sobre os dados oficiais que apontavam 37 mortos, segundo um anúncio das autoridades de Pequim no domingo.
A chuva torrencial do sábado, tida como a pior desde o início dos registros no país, em 1951, fez com que rios enchessem e inundassem as principais rodovias da cidade, atingindo uma enorme quantidade de veículos.
Em Fangshan, região mais afetada, na periferia montanhosa a sudoeste da cidade, moradores relataram na segunda-feira que carros haviam sido arrastados e muitas pessoas ainda estavam desaparecidas.
Desde então, diversas pessoas ficaram presas em seus veículos, incapazes de abrir as portas e janelas com a elevação do nível da água e sofrendo com a demora das equipes de resgate.
Muitas pessoas usaram os weibos chineses --microblogs parecidos com o Twitter-- para condenar a resposta oficial ao desastre na capital, que veio em um momento de grande instabilidade política.
Alguns dizem que o número de mortos e a dimensão da destruição poderiam ter sido menores se o governo tivesse dado alertas melhores, incluindo por SMS, e tivesse modernizado os antigos sistemas de drenagem de Pequim.
Autoridades ordenaram que a mídia estatal se limitasse as histórias "dignas de louvor e lágrimas", enquanto censurava os raivosos comentários nos microblogs e ameaçava prender os críticos.
"De hoje em diante, iremos agir severamente em relação àqueles que estão usando a internet para... criar e transmitir rumores políticos e atacar o partido (Comunista), os líderes do Estado e o sistema vigente", disse na terça-feira o chefe de polícia da cidade, Fu Zhenghua, segundo o jornal Beijing Times.
A ameaça, amplamente divulgada nesta quinta-feira, não impediu o surgimento de novas críticas, com mensagens que a qualificavam como "uma confrontação aberta ao povo".
A porta-voz de Pequim, Wang Hui, insistiu, no início da semana, que as autoridades não iriam omitir o número real de mortos, se dizendo ciente de que a falta de atualizações por parte do governo gerou a desconfiança das pessoas.
Ela disse que as autoridades reconheciam que a importância de divulgar o número de vítimas, mencionando a epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) em 2003, quando a China enfrentou a revolta internacional por tentar encobrir a doença.
As enchentes causaram um prejuízo de mais de 10 bilhões de iuan ($1,57 bilhão) e afetou mais de 1,9 milhão de pessoas, de acordo com a Xinhua.
As autoridades da cidade informaram nesta semana que o prefeito de Pequim, Guo Jinlong, iria se afastar, após diversos usuários do weibo exigirem sua saída.
As autoridades também disseram, no entanto, que a decisão não tinha relação com as chuvas e que Guo iria se tornar o secretário do partido Comunista em Pequim, cargo mais importante.
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