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Incêndios na Califórnia resistem aos esforços dos bombeiros

04/08/2015 10h48

Los Angeles, 4 Ago 2015 (AFP) - A Califórnia continuava lutando nesta segunda-feira contra cerca de 20 focos de incêndios devastadores que forçaram milhares de pessoas a deixar suas casas, em meio à seca histórica vivida no estado.

Mais de 9.300 bombeiros estão espalhados por todo o território, onde as autoridades decretaram situação de emergência, para conter o avanço das chamas em 21 focos.

O mais violento de todos continua sendo o incêndio de Rocky, que até agora devastou mais de 24.200 hectares, e apenas 12% foram controlados.

As chamas afetam os condados de Colusa, Lake e Yolo, ao norte de Sacramento, capital do estado. Mais de 13.100 pessoas deixaram suas casas.

O incêndio de Rocky já queimou 50 imóveis, entre eles 24 casas. Outras 6.000 estão ameaçadas.

Apenas para esse foco as autoridades mobilizaram 2.983 bombeiros, que enfrentam um terreno escarpado e de difícil acesso.

Daniel Berlant, porta-voz de Calfire, havia alertado para o perigo deste incêndio, que se espalha rapidamente - 80 km2 em apenas 5 horas.

"É o incêndio de Rocky Fire, com chamas que se propagam rapidamente, que continua a ser o verdadeiro desafio de hoje", declarou Berlant.

Os bombeiros conseguiram apagar vários outros incêndios, mas uma nova frente se abriu no domingo na floresta de Los Padres, perto de Santa Barbara, segundo Alisha Herring, porta-voz de Calfire.

Já o incêndio de Chorro continua modesto, com 30 hectares destruídos no condado de Ventura.

Ameaça crescente Segunda-feira à noite, Calfire alertou que a ameaça de novos incêndios provocados por trovões durante as tempestades é crescente.

Condições adversas dificultam os trabalhos dos agentes. Desde a semana passada, os milhares de raios que caem sobre o estado deflagraram pequenos focos de incêndio, avivados pelas altas temperaturas, pelo vento e pelos terrenos secos.

Além disso, a brutal seca que atinge o estado há quatro anos está favorecendo a proliferação e o descontrole de incêndios.

A gravidade da situação e a morte de um bombeiro na última quinta-feira obrigou o governador Jerry Brown a declarar estado de emergência na semana passada para dispor de todo orçamento e material necessários.

O "Willow Fire" também forçou a evacuação dos campings da região. Ele destruiu 23 km2 desde 25 de julho e estava 70% sob controle na segunda-feira.

Em uma atualização sobre a situação realizada pelo serviço de vídeo Periscópio, Berlant observou que a situação na frente das tempestades secas, sem chuva, está se acalmando.

Segundo ele, essa atividade "importante" gerou milhares de relâmpagos na semana passada na Califórnia, o que provocou centenas de incêndios.

Um dos principais focos, o "Fork complex", que destruiu 100 km2 na segunda-feira e foi limitado a 5%, foi formado por vários destes distintos incêndios.

"A boa notícia é que a maior parte dos raios se dissipou", observou Berlant, chamando as pessoas com problemas respiratórios e alérgicas a se manter em locais seguros, para se proteger da fumaça espessa que invade as áreas afetadas.

Ele havia dito em meados de julho que 95% dos incêndios registrados na Califórnia eram causados por seres humanos, seja por descuido ou simplesmente por um dispositivo elétrico, como um cortador de grama, que produz faíscas.

De acordo com o Serviço Nacional de Florestas (USDA Forest Service), responsável por mais de 780 mil km2 de florestas e pradarias dos Estados Unidos, os incêndios assolam o dobro de hectares a cada ano que era há 40 anos.

As condições meteorológicas devem se manter adversas até o fim do verão (hemisfério norte), com picos de calor e registros mínimos de umidade.

spc-elm/vog/at/pt/mr