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Chilenos enfrentam danos e réplicas três dias depois do terremoto

Militares e voluntários limpam a lama e sujeira em Coquimbo, no Chile - Diego Figueroa/EFE
Militares e voluntários limpam a lama e sujeira em Coquimbo, no Chile Imagem: Diego Figueroa/EFE

Da AFP

19/09/2015 13h02

Três dias depois da catástrofe, os chilenos ainda enfrentam os danos causados pelo forte terremoto de 8,3 graus e o tsunami que atingiram o norte e o centro do país, deixando 13 mortos e quatro desaparecidos até o momento. A população também sofreu com mais de 300 réplicas do tremor principal.

Centenas de chilenos se concentraram neste sábado em retirar os escombros na cidade de Coquimbo, a mais atingida pelo terremoto e posterior tsunami, o sexto mais poderoso ocorrido no Chile, o país mais sísmico do mundo.

"Tirar todos os escombros durará ao menos dois meses", informou neste sábado Martín Rosello, chefe de prevenção de riscos da prefeitura de Coquimbo.

Outros pequenos povoados costeiros também realizavam as tarefas de limpeza, ajudados por equipes de emergência e sob vigilância militar, depois que a região foi declarada em emergência pela presidente Michelle Bachelet, que vistou durante dois dias a zona da catástrofe.

O governo chileno ainda não divulgou um balanço dos danos e o custo da reconstrução, mas já se sabe que será maior do que no terremoto seguido de tsunami de 2010. Nele, o saldo foi de mais de 500 mortos e de 30 bilhões de dólares em danos - o equivalente a 18% do PIB daquele ano.

Mas os danos do terremoto foram classificados como mínimos pela ONU, que parabenizou a capacidade dos chilenos por suportar tamanha catástrofe graças a uma operação de emergência e evacuação bem realizada por seus habitantes e que outros países já pediram para conhecer.

"Custa muito crer que, com um terremoto de oito graus, em uma cidade de cinco milhões como Santiago não tenha desabado qualquer edifício, isso não é normal", comentou Antonio Molpeceres, coordenador residente do Sistema da ONU no Chile.

Molpeceres destacou o investimento realizado pelo Estado chileno em infraestrutura, capacitação e planos de emergência e a ordem que teve a população nas localidades costeiras, que efetuou uma evacuação sem problemas depois do alerta de tsunami lançado minutos depois de ocorrido o terremoto na quarta-feira.

Mais de um milhão de pessoas foram retiradas depois do terremoto, mas a maioria delas retornaram sem problemas a seus lares horas depois.

"O Chile tem muito a oferecer ao resto do mundo como um exemplo de como fazer as coisas na hora de enfrenar os desastres naturais, e já pediu vários pedidos de vários países, que querem saber qual é a receita", afirmou Molpeceres.

Na sexta-feira, foi comemorado o feriado nacional chileno, o mais esperada pelos chilenos.

Mas as celebrações oficiais deste ano tiveram um caráter mais limitado. Bachelet decidiu reduzir as cerimônias populares e suspender o festival que acontece todos os anos no Palácio do Governo.