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Papa se encontrou em segredo com americana que se recusou a casar gays

Kim Davis se tornou símbolo da oposição ao casamento gay nos EUA - Ty Wright/Getty Images/AFP
Kim Davis se tornou símbolo da oposição ao casamento gay nos EUA Imagem: Ty Wright/Getty Images/AFP

Em Washington

30/09/2015 08h45

O papa Francisco se encontrou em segredo nos Estados Unidos com a funcionária pública do estado de Kentucky que passou alguns dias na prisão no início do mês por se recusar a emitir certidões de casamento para pessoas do mesmo sexo.

A informação foi publicada pelo jornal "New York Times", que cita o advogado da mulher. Nesta manhã, o Vaticano confirmou que houve o encontro, mas não deu detalhes.

Kim Davis e seu marido Joe foram enviados às escondidas à embaixada do Vaticano na quinta-feira passada e se reuniram com o papa durante 15 minutos, afirmou ao "NYT" o advogado da funcionária pública, Mathew Staver.

O advogado afirmou que o encontro foi coordenado por funcionários do Vaticano.

"O papa veio até ela e estendeu a mão", disse Staver. "Agradeceu por sua coragem e disse: 'Permaneça forte'".

Davis, uma cristã devota de 49 anos, foi enviada à prisão no início do mês por desacatar uma ordem de um juiz federal de emitir certidões de casamento para casais do mesmo sexo. A funcionária alegou que suas crenças religiosas são contrárias ao matrimônio gay, que é legal desde junho em todos os Estados Unidos.

Ela foi liberada cinco dias depois. Cinco dos seis adjuntos de Kim Davis no condado de Rowan declararam sob juramento que obedeceriam a ordem do tribunal e emitiriam certidões de casamento a todos os casais legalmente aptos.

Durante a visita aos Estados Unidos na semana passada, Francisco falou sobre a liberdade religiosa, mas não mencionou em nenhum momento o caso de Kim Davis.

Durante o voo de retorno ao Vaticano, no entanto, afirmou a um repórter americano que o questionou sobre o caso que, apesar de não ter condições de falar de casos específicos, "a objeção de consciência é um direito que é parte de todos os direitos humanos".