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Polícia de SP diz que houve omissão de socorro em hospital

Em São Paulo

21/07/2014 16h23

A Polícia Civil já tem certeza de que houve omissão de socorro em um hospital particular da zona leste de São Paulo, que na última quarta-feira (16) deixou de atender um vigilante --que morreu após tentar ser socorrido na unidade.

Homem passa mal e morre em frente a hospital da zona leste de SP

Segundo José Francisco Rodrigues Filho, delegado-titular do 53º DP (Parque do Carmo), embora a investigação ainda esteja em andamento, "é incontestável" que houve omissão por parte dos funcionários do Hospital Santo Expedito, em Itaquera.

"Temos a prova do vídeo, que é inequívoca", disse ele ao Estado, nesta segunda-feira (21). O vídeo mencionado pelo delegado foi gravado por uma testemunha e mostra o vigilante Nelson França, 48, agonizando no chão do estacionamento da unidade e pedindo socorro, sem que nenhum médico ou enfermeiro o atenda.

O paciente foi socorrido após o hospital chamar o Corpo dos Bombeiros, que levou França até um hospital municipal da região, onde a vítima já chegou morta.

Segundo as imagens, dois funcionários da unidade foram até o estacionamento da unidade, observaram o paciente agonizando, mas nada fizeram. O vídeo é uma das provas usadas pela Polícia Civil para comprovar o crime.

De acordo com o delegado, os dois funcionários que aparecem nas imagens deverão ser indiciados. A identidade deles não foi divulgada. A polícia ainda investiga, porém, se outras pessoas, entre eles membros da direção do hospital, serão responsabilizados. "Ainda temos que colher mais depoimentos e esperar o laudo do IML sobre a causa da morte. Só então poderemos dizer se a omissão foi individual ou funcional", diz ele.

Quando resulta em morte, o crime de omissão de socorro tem pena que pode variar de 4 a 12 anos de reclusão. Procurado nesta segunda, o Hospital Santo Expedito voltou a divulgar a mesma nota já enviada quando o caso foi divulgado, no sábado.

No texto, a direção da unidade afirma que abriu sindicância para apurar o ocorrido e que "caso seja apurada a responsabilidade de algum profissional, não hesitará em punir com rigor os eventuais envolvidos".