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Radares de SP multam por dia 2.000 veículos nas marginais Tietê e Pinheiros

Marginal Tietê tem trânsito intenso na altura da ponte Julio de Mesquita, sentido Bom Retiro, em São Paulo - Marcelo D. Sants/Frame/Estadão Conteúdo
Marginal Tietê tem trânsito intenso na altura da ponte Julio de Mesquita, sentido Bom Retiro, em São Paulo Imagem: Marcelo D. Sants/Frame/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

20/07/2015 07h27

Por dia, mais de 2.000 veículos são multados nas marginais Pinheiros e Tietê, em São Paulo, nos 55 equipamentos de fiscalização, ao longo dos 40,2 quilômetros de pistas. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entre janeiro e junho, 370 mil veículos receberam algum tipo de autuação nas pistas expressas, centrais e locais da via, que a partir de hoje têm os limites de velocidade reduzidos.

Mesmo com o número alto de autuações, houve redução de 12,5% na quantidade de multas, em relação ao mesmo período de 2014. No ano passado, foram 423 mil notificações. A companhia não discriminou as principais infrações.

Para especialistas em transportes, o número de multas diárias poderia ser maior se houvesse registro de infrações que não costumam ser fiscalizadas, como deixar de sinalizar uma troca de pistas.

No ano passado, por exemplo, foram 10 milhões de notificações em toda a cidade. Mas um estudo feito pelo mestre em Transporte pela Universidade de São Paulo (USP) Horácio Augusto Figueira revela que, para cada multa aplicada, outras 4.400 infrações deixam de ser registradas pelo mesmo veículo autuado por ano.

Nas marginais, isso é visto principalmente nas conversões das pistas locais, nos acessos aos bairros e pontes. "O número (das multas nas marginais) é baixo. Primeiro porque todo mundo anda um grudado no outro, que é infração, falta de seta também é o que mais se vê. Os radares são conhecidos dos motoristas durante o dia e a noite. Falta ainda mais fiscalização."

Ele afirma que as vias devem ter também a fiscalização dos marronzinhos para coibir infrações comportamentais dos motoristas, principalmente nas pistas locais, faixas que são o foco da redução de velocidade, a partir desta segunda-feira (20).

CET

Segundo Valtair Valadão, diretor de operações da CET, são as marginais têm o maior risco de acidentes. Com a diminuição de 70 km/h para 50 km/h, a mesma dos ônibus nas faixas exclusivas, Valadão espera uma redução de casos. Para ele, se mesmo assim um acidente acontecer, ele vai ser de menor gravidade. Ele explica que a maioria das multas aplicadas por dia é causada por desrespeito ao rodízio municipal ou por infrações do limite de velocidade.

"São dezenas de entradas e saídas, conversões e alças de ponte. Para entrar em um viaduto, a velocidade é de 40 km/h, mas o motorista está vindo a 70 km/h pela pista local. A redução é ótima porque vai fazê-lo dirigir abaixo dos 50 km/h para pegar uma conversão", diz o especialista da USP. Figueira afirma que uma menor velocidade aumenta o tempo de resposta.

A redução da velocidade nas marginais é uma tentativa de a Prefeitura de São Paulo diminuir a quantidade de mortos e feridos no trânsito. No ano passado, as marginais registraram total de 1.180 acidentes, deixando 1.399 feridos e outros 73 mortos. Para Valadão, os números são de "uma guerra" no sistema viário de São Paulo.

Atraso

Mesmo achando que a redução de velocidade seja exagerada, os motoristas acreditam que não terão problemas com fiscalização eletrônica porque, segundo eles, todos sabem onde estão os equipamentos.

"No final das contas, não vai alterar em nada o comportamento dos motoristas. Um pouco antes do radar, todo mundo reduz a velocidade porque sabe onde ele está", diz o taxista Márcio Souza, de 42 anos. Ele afirma que nunca foi autuado nas marginais.

Já o comerciante Maurício Masini, de 48 anos, "perdeu a conta" de quantas vezes foi multado. "Acontece geralmente quando eu saio da pista expressa e entro na local, onde a velocidade é de 70 km/h", conta. Segundo ele, para fazer entregas na capital, andar a 50 km/h é sinal de "atraso". As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".