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Impeachment não muda posição do PSDB sobre Cunha, diz Carlos Sampaio

03/12/2015 12h36

Brasília - O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), afirmou nesta quinta-feira, 3, que não há a "menor possibilidade" de o partido mudar o posicionamento na representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética depois de o peemedebista deflagrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entre os 21 membros do colegiado, dois são do PSDB, os deputados Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan Júnior (RS), que anunciou que votará pela continuidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista.

"O PSDB respeita a autonomia de seus integrantes (no Conselho), para que possam atuar como magistrados", afirmou o tucano em entrevista coletiva nesta quinta. De acordo com ele, o partido não mudará em nada sua posição na Câmara e continuará a não participar das reuniões com Cunha e a obstruir as votações em plenário, para tentar enfraquecer o peemedebista na presidência da Câmara. "O impeachment não mudou a posição do PSDB sobre a necessidade de afastamento do presidente Eduardo Cunha", disse.

Sampaio afirmou que todos os fatos levam o PSDB a crer que Cunha não conseguiu ainda dar explicações suficientes capazes de provar que não possuía contas não declaradas no exterior. O peemedebista é alvo no Conselho de Ética de representação por quebra de decoro parlamentar justamente por ser acusado de mentir à CPI da Petrobras que não tinha contas secretas na Suíça. Documentos do Ministério Público suíço, contudo, sugerem que o peemedebista tinha contas, por meio das quais teria recebido dinheiro de propina.

O tucano também foi na linha de outros líderes da oposição e defendeu a suspensão do recesso parlamentar do final do ano, para que a comissão especial que analisará o processo de impeachment de Dilma funcione durante o período. O posicionamento, no entanto, difere do defendido pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O tucano defendeu que o recesso aconteça, para que parlamentares possam sofrer pressão de suas bases eleitorais para votarem a favor do afastamento de Dilma.