Líder do PT diz que Temer se aliou à oposição e Cunha na "chapa do golpe"
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence (BA), acusou nesta segunda-feira (11), o vice-presidente da República Michel Temer de se aliar à oposição e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), num bloco partidário chamado por ele de "chapa do golpe".
Florence disse que o impeachment é um "ataque à democracia" e pode levar à retirada de conquistas sociais. "Há quem diga que vão acabar com o Luz para Todos e o Bolsa Família", declarou o deputado durante a última sessão da comissão especial do impeachment. Segundo o petista, "a tropa de choque do golpe atua dessa forma".
O líder fez críticas ao juiz federal Sérgio Moro, disse que o magistrado joga para o confronto social. Ele lembrou que Moro pediu desculpas ao Supremo Tribunal Federal por erros cometidos, mas cobrou um pedido de desculpas ao País. Para Florence, as ações do juiz tentam "desestabilizar" o país.
O deputado concluiu seu discurso dizendo que os oposicionistas "não vão ter sossego" se o impeachment passar. O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), terceiro líder a se pronunciar no plenário da comissão nesta tarde, entendeu as declarações como uma "ameaça" à população e criticou o tom agressivo do líder do PT. "Pronunciamentos que não correspondem à realidade são deploráveis", comentou.
O que acontece agora?
Após a votação do relatório na comissão especial do impeachment, entenda quais são os próximos passos do processo do impeachment:
Votação no plenário
Aprovado ou não o parecer, ele é lido na sessão seguinte do plenário da Câmara, possivelmente na terça-feira (12). No dia seguinte, o documento é publicado no Diário Oficial da Câmara e, após 48 horas, o pedido de abertura do processo de impeachment pode ser votado pelos deputados em plenário.
O pleno da Câmara fará votação nominal dos 513 deputados (o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já indicou que também deve votar) sobre o pedido de impedimento. A votação deve se estender por três dias, com início na sexta-feira (15). Se tiver 342 deputados a favor, o pedido segue para análise do Senado.
Autorização do Senado
Comissão é formada no Senado, que terá dez dias de prazo para emitir um parecer.
Votação no Senado
Se, por maioria simples (41 dos 81 senadores), o Senado referendar o pedido, a presidente é afastada de suas funções por 180 dias. O vice, Michel Temer (PMDB), assume interinamente.
Julgamento
Ainda no Senado, são apresentadas acusação e defesa, sob o comando do presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Para afastar Dilma definitivamente da presidência, são necessários 54 votos de um total de 81 senadores.
Condenação
Se condenada, Dilma perde o mandato e fica inelegível por oito anos. Temer assume definitivamente para terminar o mandato para o qual a chapa foi eleita.
Placar do impeachment
Levantamento diário do jornal "O Estado de S. Paulo" mostra como os deputados estão direcionando seus votos para o impedimento ou não da presidente Dilma Rousseff.
Clique aqui para conferir como está o placar (e que está aberto a mudanças).
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