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Parlamentares de oposição vão a evento da Força e pregam "novo começo"

Em São Paulo

01/05/2016 12h35Atualizada em 01/05/2016 15h01

Parlamentares de oposição compareceram neste domingo (1º) ao evento comemorativo do Dia do Trabalhador organizado pelos sindicatos ligados à Força Sindical na praça Campo de Bagatelle, em São Paulo, e deixaram de lado as pautas trabalhistas para transformar o evento em um ato pela defesa do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. Nos discursos dos oradores, que se revezaram ao microfone, o dia 11 de maio, data em que o Senado poderá decidir pelo afastamento da presidente por 180 dias, foi apontado como "o início de um novo começo" para o país.

Passaram pelo evento a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e os deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Mendonça Filho (DEM-PB), Bruno Araújo (PSDB-PE), Major Olímpio (SD-SP), Rubens Bueno (PPS-SP) e Augusto Coutinho (SD-PE).

Anfitrião do evento, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, tentou, mas não conseguiu fazer com que a plateia formada por trabalhadores cantassem uma música anti-Dilma usada em protestos de rua favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O deputado Major Olímpio repetiu no palco a palavra "vergonha" que gritou na posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. "Vamos tirar o PT do poder", emendou.

A saia justa aconteceu quando o público passou a demonstrar desconforto com a quantidade de discursos de deputados de oposição, que se revezavam havia mais de 20 minutos em falas que exaltavam a votação pela admissibilidade do processo de impeachment na Câmara, no último dia 17.

Ao perceber que o público fazia sinais negativos, Paulinho disse: "Vocês querem música, né?". Diante de sinalizações positivas, o deputado emendou: "Então vou cantar para vocês a música que cantei no meu voto pelo impeachment". E começou a cantar "Dilma vai embora que o Brasil não quer você. E leve Lula junto e a quadrilha do PT".

O público, no entanto, não esboçou reação. Paulinho então encerrou a cantoria e pediu para que o público os presentes dessem um grande "tchau" para a presidente Dilma Rousseff. O pedido, entretanto, não encontrou eco nem em quem segurava o cartaz padronizado com os dizeres "tchau, querida" distribuído pela Força Sindical.

O deputado Antonio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, afirmou que os deputados que estavam ali "cumpriram a obrigação votando pelo afastamento de uma presidente que cometeu crimes de responsabilidade e mentiu para a população". "Faltam poucos dias para o Senado afastar esse governo que tem maltratado o trabalhador", completou.

"Temos que dar um basta nesta situação e afastar o PT do poder", disse Mendonça Filho (PE), líder do DEM na Câmara. Autor do voto decisivo para a aprovação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE) disse que "milhares de pessoas perderam seus empregos por causa desse governo irresponsável". "Hoje é dia de dizer sim ao futuro", afirmou.

Vaiada ao ser anunciada e durante seu breve discurso, a senadora Marta Suplicy (SP), provável candidata do PMDB à Prefeitura, afirmou que "o Brasil tem jeito". "Daqui a 10 dias teremos uma luz no fim do túnel", disse ela, em referência à data de apreciação do processo de impeachment no Senado.

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