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Ministros acertam demissão após impeachment de Dilma

Ministros de Dilma participaram de reunião sem a presença da presidente - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Ministros de Dilma participaram de reunião sem a presença da presidente Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Em Brasília

11/05/2016 13h45

À exceção dos ministros Alexandre Tombini (presidente do Banco Central) e Ricardo Leyser (interino dos Esportes), todos os integrantes do primeiro escalão do governo da presidente Dilma Rousseff vão pedir demissão, assim que houver a decisão do plenário do Senado sobre o processo de impeachment contra ela, considerado irreversível.

Dilma assinará as demissões assim que for notificada pelo Senado, o que está previsto para acontecer na quinta-feira (12), caso seja aprovado o seu afastamento. Uma edição extra do Diário Oficial será publicada com as demissões.

A decisão foi discutida durante a reunião ministerial realizada nesta quarta-feira (11) no Palácio do Planalto, sob o comando dos ministros do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. A equipe de Dilma não irá fazer transição para o vice-presidente Michel Temer.

A ordem da presidente Dilma, que não participou da reunião com os ministros, e permaneceu no Palácio da Alvorada, é de manter Alexandre Tombini para evitar qualquer tipo de turbulência econômica, para evitar causar mais problemas nesta área para o país.

Da mesma forma, o ministro dos Esportes interino fica no cargo, pelo menos por enquanto, por conta da realização das Olimpíadas.

Este Diário Oficial extra vai publicar ainda a demissão dos secretários executivos dos Ministérios. Mas em alguns casos, como da Fazenda, eles permanecem em seus postos, também com objetivo de manter estabilidade do mercado.

O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, foi quem sugeriu, na reunião que algumas pessoas fossem mantidas estrategicamente nos cargos em razão de suas funções, muito específicas. É o caso do Secretário-Geral do Ministério da Defesa, que é um caso especial.

Em cada ministério será mantido um funcionário para repassar informações técnicas e administrativas à equipe de Temer, mas não necessariamente será o secretário-executivo.

Dilma não fará transição, como antecipou o jornal "O Estado de S. Paulo", por considerar que é vítima de um golpe. Mas todas as informações técnicas e administrativas estão sendo preparadas para serem repassadas, para evitar que o governo petista seja acusado de que esteja fazendo boicote.

Todos os ministros e secretários foram a orientados a deixar seus telefones e contatos atualizados no Planalto. Novas instruções serão repassadas aos ministros na quinta-feira.

Também no mesmo dia, caso a presidente seja afastada, ela vai fazer uma declaração à imprensa, não se sabe ainda a que horas. Neste momento, a ideia é que todos os ministros de seu governo a acompanhem nesta declaração.

"Dilma ficará de cabeça erguida e vai andar pelo país", afirma Gleisi Hoffmann (PT-PR)

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