Engenheiros discordam de proposta de Doria para a velocidade nas marginais em SP
Especialistas em engenharia de tráfego ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" divergiram na segunda-feira (10) na análise da medida estudada pelo prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), de manter a velocidade reduzida em trechos das marginais onde o fluxo de pedestre seja maior.
Para alguns, uma eventual implementação da ideia poderia confundir condutores, que dirigiriam sob limites diferentes ao longo da via, falhando em garantir a segurança dos locais com maior número de pessoas. Outros consideram necessária uma análise técnica para definição destes pontos.
A declaração de Doria foi dada a cicloativistas no domingo (9) diante da cobrança pela manutenção da velocidade reduzida. "Onde existir comprovadamente um fluxo grande de pedestres poderemos reestudar, sim, o limite de velocidade", disse.
"O emprego de velocidades distintas em trechos próximos da mesma via poderá causar confusão nos usuários e aumentar o número de acidentes. Por isso, sou contra tal medida", disse o professor da Universidade de São Paulo (USP) Antonio Clóvis Pinto Ferraz.
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), Silvio Medici, a cidade deve procurar manter um padrão conhecido. "A CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] pode fazer essa avaliação de revisão em um ponto ou outro, mas sempre para tentar manter a velocidade menor. Tem de fazer uma avaliação."
Favorável à volta da velocidade maior, o professor da Universidade Mackenzie Paulo Bacaltchuck criticou a avaliação por trecho. "Não deveria ter pedestre, ambulante e ciclista andando na marginal, que é uma via expressa projetada para carros andarem a 100 km/h. Essas passagens devem ser construídas segregadas, em pontes ou passarelas", disse. "As Marginais são a aorta e a cidade tem de se movimentar."
Por nota, a assessoria de Doria classificou como "prematura" a avaliação. "As ações de mudança de velocidade serão seguidas por campanhas de esclarecimento e ampla sinalização. Isso fará com que o motorista não seja induzido ao erro." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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