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Ministro atribui denúncia de vazamento de redação a 'redes vinculadas a partidos'

O ministro da Educação, Mendonça Filho - Alan Marques - 16.jun.2016/Folhapress
O ministro da Educação, Mendonça Filho Imagem: Alan Marques - 16.jun.2016/Folhapress

No Rio

07/11/2016 20h33

O ministro da Educação, José Mendonça Filho, atribuiu a uma suposta "rede de informações falsas", que seria sustentada por "partidos políticos" de oposição ao governo federal, a denúncia de que o tema da Redação no Enem de 2016 - "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil" - teria vazado antes da realização da prova.

Ele negou que tenha havido o vazamento e disse que nem ele mesmo soube previamente do tema da redação - foi informado junto com a imprensa, domingo à tarde.

"Não houve vazamento. Os temas são distintos, absolutamente divergentes. É uma especulação sobre um vazamento que foi dito que ocorreu em 2015 e que não ocorreu. É uma interpretação absolutamente equivocada, e eu credito isso à mesma rede de difusão de informações falsas, que, de certo modo, atuaram para desestabilizar o Enem. É mais uma informação falsa, patrocinada por redes vinculadas a partidos políticos que desde o início queriam boicotar literalmente o Enem 2016", afirmou, no Rio. Mendonça participou da entrega de medalhas a cerca de 500 estudantes vencedores da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.

Em 18 de outubro de 2015, a uma semana da dias da aplicação da redação do Enem, o MEC desmontou um boato de que o assunto da questão havia vazado. Para tal, divulgou uma foto em que se lia "Intolerância religiosa no Brasil" como título de um dos textos de apoio, com uma tarja vermelha e a inscrição "Prova falsa". O gráfico em que são listadas as religiões que mais sofrem preconceito, outro material de apoio, é o mesmo que acabou saindo no Enem deste domingo, 6. O tema desenvolvido pelos inscritos em 2015 acabou sendo "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".

Sobre as fraudes verificadas nos locais de prova no último fim de semana, o ministro disse que não seria possível aumentar a segurança nestes lugares, a fim de evitar que pessoas entrassem com dispositivos eletrônicos para dar e receber cola. "É o segundo maior exame do mundo, são 8,6 milhões de inscritos, e é absolutamente impossível inviabilizar todas as tentativas de fraude. A atuação do MEC possibilitou as prisões".

Ao comentar a ocupação de cerca de 400 escolas e universidades no país por estudantes contrários à reforma do ensino médio e à PEC 241, que limita os gastos públicos, ele voltou a vincular as ações a motivações políticas. O ministro afirmou que o governo não trabalha com prazos para que as escolas sejam desocupadas. Em seu discurso na cerimônia da OBMEP, diante de estudantes e professores, ele fez uma defesa da revisão do currículo do ensino médio.

"A PEC não interfere nos recursos da educação. Tanto é que pegamos o MEC com orçamento de R$ 129 bilhões, com R$ 6 bilhões contingenciados pela presidente Dilma e o ministro (Aloizio) Mercadante, e, para 2017, é de R$ 139 bilhões. Isso é balela, baseado em argumentos da oposição, do PT, e que não se sustenta. O diálogo com os estudantes permanece aberto. Eu lamento que se utilizem desse tipo de instrumento para inviabilizar acesso àquilo que é básico, o direito de ir e vir e à educação".

Serão anunciados na semana que vem os locais de prova dos dias 3 e 4 de dezembro para quem não fez o Enem nesse fim de semana, em decorrência das ocupações. Os custos dessas novas provas serão cobertos pelo MEC, mas a pasta poderá pedir ressarcimento a responsáveis pelas ações nas escolas caso a Advocacia Geral da União decida nesse sentido, informou o ministro.