Forças Armadas podem sair da Rocinha a qualquer momento, diz Comando Militar do Leste
O porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), no Rio, coronel Roberto Itamar, disse nesta quinta-feira (28) que as Forças Armadas podem sair a qualquer momento da favela da Rocinha, na zona sul da cidade. Segundo o coronel, essa possibilidade está sendo avaliada todos os dias, "na medida em que a situação na Rocinha já está sendo normalizada".
De acordo com o coronel, as conversas sobre a saída ocorrem diariamente no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Elas envolvem representantes de todas as forças envolvidas na operação integrada.
"Avaliamos ontem, avaliamos hoje. Podemos sair a qualquer momento, a partir de quando chegarmos à conclusão de que a situação na Rocinha está normalizada, os mandados de prisão foram cumpridos, e não tem mais razão para as Forças Armas continuarem lá. O papel das Forças Armadas é ajudar na normalidade, a partir daí, as forças de segurança reassumem no dia-a-dia, como acontece, segue a vida. Se tiver algum problema, a gente volta", disse.
Itamar afirmou que a saída das forças da Rocinha não depende da prisão do chefe do tráfico local, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que está foragido.
"A prisão do Rogério é uma coisa que pode acontecer em qualquer ponto do Rio, e a sua prisão é função das forças de segurança pública. Nós, Forças Armadas, estamos fazendo o cerco", ressaltou.
Itamar também explicou o que as Forças Armadas consideram condições de normalidade na Rocinha. "É um estudo que depende, por exemplo, de as escolas voltarem a funcionar, do transporte público estar operando, se não tem mais tiroteio entre as facções. Se avaliarmos que voltou ao normal, não têm mais motivos para ter o cerco", afirmou.
Nesta quinta (28), todas as escolas da região da Rocinha reabriram. Na quarta-feira (27), quase todas as escolas da Rocinha haviam voltado a funcionar --apenas duas permaneceram fechadas. A comunidade também não tem registrado tiroteios nos últimos dias.
Operação
Em busca de Rogério 157, os Batalhões de Ações com Cães (BACs), de Operações Especiais e de Choque da Polícia Militar vasculham as comunidades do Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, zona norte do Rio.
No Parque União, o Batalhão de Choque apreendeu uma pistola, um radiotransmissor, materiais para embalar drogas e deteve um suspeito. Depois de um confronto com criminosos, policiais localizaram uma fábrica clandestinas de bebidas alcoólicas. Na Nova Holanda, policiais do BAC, com a ajuda de cães farejadores, apreenderam meia tonelada de drogas e dois fuzis.
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