Por corrupção na Fifa, EUA e Rússia revivem Guerra Fria
Por Claudio Salvalaggio MOSCOU, 29 MAI (ANSA) - Uma nova versão da Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos começou a ser jogada na área desportiva com o escândalo de corrupção que atinge a cúpula da Fifa. Ontem (28), o presidente russo, Vladimir Putin, jogou de goleiro e de atacante no time da entidade máxima do futebol. Primeiro, rebateu todas as suspeitas de corrupção sobre a escolha da sede do Mundial de 2018. Depois, foi ao ataque e acusou Washington de "intromissão ilícita" em assuntos da Fifa.
Segundo Putin, a investigação que o Departamento de Justiça dos EUA aponta, sobretudo, para impedir uma nova re-eleição de Joseph Blatter, que pode se concretizar hoje (29) apesar de tudo. O suíço já havia sido pressionado pelos norte-americanos, de acordo com o mandatário, para boicotar a candidatura da Rússia como sede da Copa do Mundo.
A situação reinstalou a lógica bipolar do pós-Guerra, com a Rússia e a Confederação Asiática de Futebol respaldando a re-eleição de Blatter e o líder da Uefa pedindo para que o mandatário renuncie ao cargo e apoiando a candidatura da oposição, representada pelo príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein.
Nesse cenário, como era de se esperar, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, se alinhou com a postura europeia e também pediu a imediata renúncia do presidente. Mais moderado, o chanceler francês, Laurent Fabius, só solicitou a postergação da data de votação - algo não atendido. Quem chutou diretamente ao gol foi Putin, temeroso que o escândalo termine chegando também ao Kremlin e faça sombras sobre um Mundial que deveria marcar o fim de seu terceiro mandato e impulsionar o início do seguinte. "A investigação dos Estados Unidos sobre dirigentes da Fifa é uma clara intenção de impedir a re-eleição de Blatter", reclamou o presidente russo que acusou ainda os norte-americanos de impulsionar uma "última e evidente intenção para estender sua jurisdição sobre outros países".
Ao seu entender, as prisões de sete integrantes do Comitê Executivo da Fifa em Zurique "resultam estranhas porque foram realizadas a pedidos da parte norte-americana", mesmo que o país "não tenha nada a ver com isso". "Não são cidadãos norte-americanos, mas sim funcionários internacionais e, se algo aconteceu, não foi em seu território", destacou.
Porém, de qualquer maneira, a questão não deveria ter incidência sobre o Mundial da Rússia em 2018. "Se alguém se equivocou, meu país não tem nada a ver com isso. Não nos compete", repetiu Putin. A opinião é idêntica ao do ministro dos Esportes, Vitali Mutko.
"Não existe perigo de que perderemos a organização da Copa.
Nossa campanha foi realizada com total honestidade e a Rússia não está envolvida em atos de corrupção", destacou.
Mesmo que seu país não escape da corrupção, que se estende como uma praga não só ali, a Rússia não está disposta a renunciar ao Mundial que Putin impulsionou, originalmente, em 2009, quando a Fifa vivia outros tempos. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Segundo Putin, a investigação que o Departamento de Justiça dos EUA aponta, sobretudo, para impedir uma nova re-eleição de Joseph Blatter, que pode se concretizar hoje (29) apesar de tudo. O suíço já havia sido pressionado pelos norte-americanos, de acordo com o mandatário, para boicotar a candidatura da Rússia como sede da Copa do Mundo.
A situação reinstalou a lógica bipolar do pós-Guerra, com a Rússia e a Confederação Asiática de Futebol respaldando a re-eleição de Blatter e o líder da Uefa pedindo para que o mandatário renuncie ao cargo e apoiando a candidatura da oposição, representada pelo príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein.
Nesse cenário, como era de se esperar, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, se alinhou com a postura europeia e também pediu a imediata renúncia do presidente. Mais moderado, o chanceler francês, Laurent Fabius, só solicitou a postergação da data de votação - algo não atendido. Quem chutou diretamente ao gol foi Putin, temeroso que o escândalo termine chegando também ao Kremlin e faça sombras sobre um Mundial que deveria marcar o fim de seu terceiro mandato e impulsionar o início do seguinte. "A investigação dos Estados Unidos sobre dirigentes da Fifa é uma clara intenção de impedir a re-eleição de Blatter", reclamou o presidente russo que acusou ainda os norte-americanos de impulsionar uma "última e evidente intenção para estender sua jurisdição sobre outros países".
Ao seu entender, as prisões de sete integrantes do Comitê Executivo da Fifa em Zurique "resultam estranhas porque foram realizadas a pedidos da parte norte-americana", mesmo que o país "não tenha nada a ver com isso". "Não são cidadãos norte-americanos, mas sim funcionários internacionais e, se algo aconteceu, não foi em seu território", destacou.
Porém, de qualquer maneira, a questão não deveria ter incidência sobre o Mundial da Rússia em 2018. "Se alguém se equivocou, meu país não tem nada a ver com isso. Não nos compete", repetiu Putin. A opinião é idêntica ao do ministro dos Esportes, Vitali Mutko.
"Não existe perigo de que perderemos a organização da Copa.
Nossa campanha foi realizada com total honestidade e a Rússia não está envolvida em atos de corrupção", destacou.
Mesmo que seu país não escape da corrupção, que se estende como uma praga não só ali, a Rússia não está disposta a renunciar ao Mundial que Putin impulsionou, originalmente, em 2009, quando a Fifa vivia outros tempos. (ANSA)
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