Computador financeiro do Vaticano é violado e gera escândalo
Por Fausto Gasparroni e Nina Fabrizio CIDADE DO VATICANO, 30 OUT (ANSA) - O Vaticano voltou a ser assolado por um clima de suspeitas e fofocas, após ser descoberto que o computador do revisor geral da Santa Sé, Libero Milone, fora violado. Milone, de 67 anos, é um profissional escolhido pelo papa Francisco em junho para supervisionar as contas, balanços e orçamentos de todos os organismos e escritórios do Vaticano.
O episódio reviveu os fantasmas do "Vatileaks", caso de vazamento de documentos sigilosos da Santa Sé em 2012 e que levou à prisão o mordomo Paolo Gabriele e abalou o Pontificado de Bento XVI, o qual renunciou ao cargo em fevereiro de 2013. A notícia da violação do computador foi divulgada em uma programa televisivo na Itália, pelo jornalista Luigi Bisignani, e não foi desmentida e nem confirmada pela Santa Sé, que se limita a "não comentar" o caso. Nos bastidores, porém, a notícia é dada como certa.
De acordo com fontes locais, o computador de Milone foi violado há duas semanas em seu escritório, na Via della Conciliazione, em Roma. O próprio Milone teria denunciado o crime à Germandería vaticana, que iniciou uma investigação. Milone tem 32 anos de experiência em finanças, com passagens pelas empresas Deloitte Touche, para a qual foi CEO naIitália.
Ele também já atuou nos conselhos de administração da Fiat e da Indesit. Atualmente, existe um clima de conflito no Vaticano pelo controle das finanças entre a Secretaria para a Economia, encabeçada pelo cardeal australiano George Pell, e a secretaria de Estado, liderada pelo cardeal italiano Pietro Parolin, considerado o primeiro-ministro vaticano. Há três dias, veio à tona uma carta de Francisco para Parolin, cujo conteúdo tinha Pell como destinatário. No documento, o Papa dizia que, diante dos "problemas", todos os contratos pessoais e de funcionários assinados por qualquer secretaria ou ministério deveriam receber o aval da Secretaria de Estado e não superar os tetos fixados nas regras e normas em vigor. O episódio com o computador de Milone só acende ainda mais o clima de desconfiança no Vaticano, depois que o jornal italiano "QN" divulgou que o Papa estaria com um tumor benigno no cérebro - fato negado diversas vezes pela Santa Sé --. Além disso, há preocupação com a iminente publicação dos livros "Via Crucias", de Gianluigi Nuzzi, e " Avarizia", de Emiliano Fittipaldi. O Vaticano considera inadmissível que os dois livros citem documentos sigilosos, alguns deles reservados a comissões financeiras vaticanas, de acordo com os autores. A publicação das obras tem sido considerada um ataque direto a Francisco e a suas reformas na Santa Sé. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O episódio reviveu os fantasmas do "Vatileaks", caso de vazamento de documentos sigilosos da Santa Sé em 2012 e que levou à prisão o mordomo Paolo Gabriele e abalou o Pontificado de Bento XVI, o qual renunciou ao cargo em fevereiro de 2013. A notícia da violação do computador foi divulgada em uma programa televisivo na Itália, pelo jornalista Luigi Bisignani, e não foi desmentida e nem confirmada pela Santa Sé, que se limita a "não comentar" o caso. Nos bastidores, porém, a notícia é dada como certa.
De acordo com fontes locais, o computador de Milone foi violado há duas semanas em seu escritório, na Via della Conciliazione, em Roma. O próprio Milone teria denunciado o crime à Germandería vaticana, que iniciou uma investigação. Milone tem 32 anos de experiência em finanças, com passagens pelas empresas Deloitte Touche, para a qual foi CEO naIitália.
Ele também já atuou nos conselhos de administração da Fiat e da Indesit. Atualmente, existe um clima de conflito no Vaticano pelo controle das finanças entre a Secretaria para a Economia, encabeçada pelo cardeal australiano George Pell, e a secretaria de Estado, liderada pelo cardeal italiano Pietro Parolin, considerado o primeiro-ministro vaticano. Há três dias, veio à tona uma carta de Francisco para Parolin, cujo conteúdo tinha Pell como destinatário. No documento, o Papa dizia que, diante dos "problemas", todos os contratos pessoais e de funcionários assinados por qualquer secretaria ou ministério deveriam receber o aval da Secretaria de Estado e não superar os tetos fixados nas regras e normas em vigor. O episódio com o computador de Milone só acende ainda mais o clima de desconfiança no Vaticano, depois que o jornal italiano "QN" divulgou que o Papa estaria com um tumor benigno no cérebro - fato negado diversas vezes pela Santa Sé --. Além disso, há preocupação com a iminente publicação dos livros "Via Crucias", de Gianluigi Nuzzi, e " Avarizia", de Emiliano Fittipaldi. O Vaticano considera inadmissível que os dois livros citem documentos sigilosos, alguns deles reservados a comissões financeiras vaticanas, de acordo com os autores. A publicação das obras tem sido considerada um ataque direto a Francisco e a suas reformas na Santa Sé. (ANSA)
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