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Ex-ministro e ex-mulher são presos por mentir sobre pontos em carteira

12/03/2013 06h39

O ex-ministro britânico Chris Huhne, de 58 anos, e sua ex-mulher, a economista Vicky Pryce, de 60 anos, foram condenados a penas de oito meses de prisão por obstrução da justiça.

Huhne admitiu ter pedido a Pryce em 2003 que ela assumisse como sendo seus os pontos que ele perdeu em sua carteira de motorista por excesso de velocidade, a fim de evitar que ele perdesse a habilitação.

Pryce havia dito na época da infração que era ela que conduzia o BMW do casal em 2003 quando o veículo foi flagrado por câmeras de segurança a uma velocidade de 69 milhas por hora (o equivalente a 111 quilômetros por hora). O limite em vias expressas britânicas é de 50 milhas por hora.

O delito teria passado incólume se Pryce não tivesse dado uma entrevista ao jornal britânico The Sunday Times, em 2011, na qual afirmou ter mentido por pressão do marido.

A entrevista teria sido uma forma de vingança e de prejudicar a carreira política de Huhne, que na época era ministro do Meio Ambiente do governo do primeiro-ministro David Cameron, após ele ter posto fim à união de 26 anos do casal, trocando a ex-mulher por Carina Trimingham, uma assistente de campanha bissexual, em junho de 2010.

'Casal 20'

O casal teve uma trajetória estelar na mídia, no mercado financeiro e na polític britânica.

Huhne, formado na Universidade de Oxford, é um ex-repórter financeiro do jornal The Guardian e da revista The Economist, que fez uma fortuna com a criação e a venda de uma consultoria financeira.

Pouco depois, ele ingressou na política, tendo disputado e perdido a liderança do Partido Liberal Democrata em 2007, para o atual vice-primeiro ministro britânico, Nick Clegg.

O escândalo recente obrigou-o a renunciar ao cargo de ministro da Energia e de Mudanças Climáticas do gabinete de David Cameron e a seu cargo de parlamentar.

Pryce, uma conceituada economista, fez mestrado na London School of Economics, se tornou chefe do Serviço Econômico do Governo. Ela criou cinco filhos, três dos quais do casamento com Huhne.

A Corte rejeitou a defesa de Pryce de que suas ações foram uma forma de defender sua família. Para os promotores, ela foi uma conspiradora voluntária, que ocultou por anos seu crime, só tendo revelado o delito após a implosão de seu casamento.

De acordo com o juiz que leu a sentença do casal, Huhne teria sido condenado a uma pena de nove meses, mas acabou sendo isento de um mês de sentença, após ter confessado seu crime.

O juiz afirmou que o casal terá de cumprir ao menos metade da sentença.