Saiba quem são as três mulheres resgatadas após dez anos nos EUA
Três mulheres foram resgatadas pela polícia com a ajuda de um vizinho em Cleveland, no Estado americano de Ohio, após dez anos de cativeiro. Três homens foram presos em conexão com o caso, que chocou a opinião pública americana.
Polícia dos EUA tenta desvendar sequestro de mulheres
Ao menos uma delas havia sido dada como morta após ampla cobertura na mídia do país, anos atrás, e familiares de outra menina acreditavam que ela tinha fugido de casa.
Amanda Berry foi vista pela última vez em 2003, aos 16 anos, e Gina DeJesus desapareceu aos 14 anos, em 2004. A terceira mulher, Michelle Knight, tinha 19 anos quando foi sequestrada, em 2002. Acredita-se que a menina de seis anos vista nos braços de Amanda durante a fuga seja sua filha.
Saiba mais sobre as três mulheres:
Amanda Berry
Amanda Berry desapareceu um dia antes de completar 17 anos, em 21 de abril de 2003, após sair de seu emprego em uma lanchonete da rede Burger King, em Cleveland, por volta de 19h30 locais.
A garota ainda ligou para sua irmã para avisar que tinha conseguido uma carona para casa, distante apenas algumas quadras, mas nunca chegou em casa.
Na época, o FBI (polícia federal americana) a descreveu como uma menina de 16 anos que usava piercings nas orelhas e na sobrancelha e que tinha uma cicatriz no abdômen.
Sua mãe, Louwana Miller, morreu em 2006, três anos depois do desaparecimento e em meio às operações de busca e intensa cobertura do caso na mídia americana.
Em 2009, tanto o FBI como a polícia de Cleveland disseram estar investigando centenas de pistas sobre o desaparecimento de Amanda e Georgina DeJesus, acreditando em uma ligação entre os dois casos.
Em 2012, um homem entrou em contato com as autoridades locais alegando que tinha uma pista sobre o paradeiro dos restos de Berry na cidade de Cleveland.
Uma escavação foi feita no local, mas a pista era falsa. O homem que alertou as autoridades foi sentenciado a quatro anos e meio de prisão, acusado de fazer denúncias falsas e obstruir a Justiça.
Amanda, junto com Georgina DeJesus e Michelle Knight, escapou na segunda-feira, quando um vizinho escutou seus gritos vindos de dentro de uma casa ao sul da cidade de Cleveland.
Georgina DeJesus
Georgina DeJesus foi vista pela última vez perto de um telefone público em Cleveland na tarde de 2 de abril de 2004, quando tinha 14 anos. Ela voltava da escola para casa com uma colega.
As meninas ligaram para a mãe de Georgina para perguntar se a colega poderia dormir na casa da adolescente, mas a mãe de Georgina disse não. As duas então seguiram caminho diferentes.
Ao descrever Georgina, o FBI afirmou que a adolescente tinha uma marca de nascença na perna direita e orelhas furadas. Amigos e familiares a chamavam de Gina.
Em 2006 dois homens foram detidos para interrogatórios a respeito do desaparecimento de Georgina. Eles foram liberados depois que a polícia não conseguiu encontrar o corpo da adolescente no imóvel dos dois.
No final daquele ano a polícia fez escavações no chão de uma garagem de Cleveland e usou um cão farejador depois de receber uma pista de que os restos da garota poderiam estar no local. Mas, novamente, a pista era falsa.
Apesar disso, a prima de Georgina, Sylvia Colon, disse à BBC na terça-feira que a família "nunca perdeu as esperanças".
"A mãe de Gina liderou a cruzada; ela sabia que a filha estava viva. Como mãe, ela sentiu", afirmou. "Ela (Gina) era muito próxima dos pais e irmãos. Eles tinham um relacionamento muito próximo. Nós nunca acreditamos que ela tivesse fugido."
"Todo ano havia uma vigília para Gina. (...) Nós vivíamos a cada dia na esperança de que ela voltaria para casa, e ela voltou", disse Sylvia.
Michelle Knight
Michelle Knight desapareceu em Cleveland em 2002 e teria entre 18 e 20 anos na época.
Ao contrário das duas outras mulheres, pouco se sabe sobre as circunstâncias do desaparecimento, que não atraiu muita atenção da imprensa local.
Michelle não foi registrada oficialmente no site da polícia de Ohio dedicado a pessoas desaparecidas.
Segundo a avó de Michelle, Barbara Knight, a família da jovem acreditava que ela tinha ido embora por vontade própria, pois tinha perdido a custódia do filho.
No entanto, a mãe da jovem também disse que nunca acreditou nessa possibilidade e, muito depois de a polícia ter parado de procurar, ela distribuiu panfletos pela cidade e continuou a buscar pela filha mesmo depois de ter se mudado de Cleveland.
Barbara afirmou ainda que acredita ter visto a filha junto com um homem mais velho em um shopping de Cleveland há alguns anos.
Quando a mulher ficava para trás, durante a caminhada, o homem a puxava pelo braço, de acordo com Barbara. Ela conta que gritou o nome de Michelle, mas a mulher não olhou.
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