Um quarto dos gays da UE diz ter sofrido ataque, diz pesquisa
Um quarto dos gays ouvidos em uma pesquisa realizada na União Europeia disse ter sido objeto de ataques ou ameaças violentas nos últimos cinco anos. As pessoas mais pobres e mais jovens são as mais propensas a enfrentar discriminação por conta de sua sexualidade, segundo indicou a pesquisa.
A Agência para Direitos Fundamentais da União Europeia entrevistou 93 mil pessoas na União Europeia e na Croácia (país cuja entrada no bloco está marcada para julho deste ano) para o que diz ser a pesquisa mais completa do gênero já feita. A divulgação do resultado, nesta sexta-feira (17), coincide com o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia (discriminação contra transgêneros).
Cerca de 300 autoridades e especialistas da região estão reunidos nesta sexta-feira em Haia, na Holanda, para discutir a formatação de novas leis da União Europeia para combater a homofobia.
'Tendências preocupantes'
Segundo a correspondente da BBC em Haia, Anna Holligan, a pesquisa recém-divulgada indica algumas tendências preocupantes. A pesquisa perguntou a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros se haviam sido vítimas de discriminação, violência, abuso verbal ou discurso de ódio por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Entre os principais resultados da pesquisa estão:
- Cerca de 26% dos questionados (e 35% dos transgêneros) disseram ter sido atacados ou ameaçados com violência nos últimos cinco anos.
- A maioria dos ataques de ódio relatados aconteceu em locais públicos e foi cometida por mais de uma pessoa, com os agressores predominantemente do sexo masculino.
- Mais de metade daqueles que disseram ter sido atacados não denunciou o incidente às autoridades, por acreditar que nenhuma ação seria tomada.
- Metade dos questionados disse ter se sentido pessoalmente discriminado no ano anterior à pesquisa, apesar de 90% não ter denunciado a discriminação.
- Cerca de 20% dos gays ou bissexuais e 29% dos transgêneros questionados disseram ter sofrido discriminação no trabalho ou procurando trabalho.
- Dois terços dos questionados disseram ter tentado esconder ou disfarçar sua sexualidade na escola.
Segundo o diretor da Agência para Direitos Fundamentais da União Europeia, Morten Kjaerum, ainda há "grandes desafios" em relação ao combate à discriminação contra a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) nos países do bloco. A agência espera que o resultado da pesquisa ajude os formuladores de políticas a orientar melhor seu trabalho para promover os direitos da população LGBT.
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