Israel e Jordânia chegam a acordo sobre santuário em Jerusalém
Israel e Jordânia chegaram a um acordo sobre o santuário da Cidade Antiga de Jerusalém, para reduzir a violência na região, afirmou neste sábado (24/10) o secretário de Estado americano, John Kerry, após o encontro com rei jordaniano Abdullah 2º, em Amã. O local é sagrado para muçulmanos e judeus.
De acordo com Kerry, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou a sugestão do rei Abdullah 2º de monitorar 24 horas por dia o santuário na Cidade Antiga de Jerusalém, sob proteção da Jordânia, com câmeras de segurança.
Israel também garantiu preservar a tradição de que apenas muçulmanos têm permissão para orar no local. Visitas, porém, continuam permitidas a fieis de outras religiões, ressaltou o secretário americano.
"Israel vai continuar a garantir sua política de longa duração sobre religiões no Monte do Templo, incluindo o fato fundamental de que são os muçulmanos que oram no local, e não muçulmanos apenas visitam", afirmou Kerry.
A onda de violência em Jerusalém nas últimas semanas foi provocada pelo que os palestinos classificaram de ingerência no local sagrado de Al-Aqsa, chamado de Monte do Templo por judeus. Al-Aqsa é a terceira mesquita mais importante no mundo muçulmano, depois das de Meca e Medina, ambas na Arábia Saudita.
O local tem sido historicamente um foco de tensão e, nas últimas semanas, deu origem a uma escalada da violência depois de autoridades israelenses, por ocasião da celebração de um feriado judaico, terem proibido a entrada no complexo de homens muçulmanos com menos de 50 anos.
Neste sábado, além de se encontrar com o rei Abdullah 2º, Kerry se reuniam também presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em Amã.
Abbas pediu a Kerry que trabalhe no restabelecimento das regras sobre o santuário da Cidade Antiga. Os palestinos e a Jordânia acusam Israel de querer alterar as normas que regem o local desde 1967. O governo israelense nega essa intenção.
Na sexta-feira, Israel suspendeu as restrições de idade para a entrada no local. A suspensão foi vista como um gesto de apaziguamento de Netanyahu, depois da reunião que teve na quinta-feira com Kerry.
CN/dpa/rtr/lusa/afp
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