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Papa critica "falsa compaixão" no auxílio à prática do aborto ou da eutanásia

Fiéis fotografam o papa Francisco no Vaticano. O pontífice criticou o que chamou de "falsa compaixão" no auxílio à prática do aborto ou da eutanásia - Andrew Medichini/AP
Fiéis fotografam o papa Francisco no Vaticano. O pontífice criticou o que chamou de "falsa compaixão" no auxílio à prática do aborto ou da eutanásia Imagem: Andrew Medichini/AP

15/11/2014 12h33

Cidade do Vaticano, 15 nov (EFE).- O papa Francisco criticou neste sábado a existência de uma "falsa compaixão" para justificar a ajuda às mulheres para realizar o aborto ou à prática da eutanásia em um doente.

Em discurso na Associação de Médicos Católicos da Itália, Francisco afirmou que existe um pensamento dominante que prega uma falsa compaixão que considera como uma ajuda à mulher favorecer o aborto.

Também criticou que o ato de procurar a eutanásia seja visto com dignidade, assim como "entender o nascimento de um filho como um direito e não como um dom, ou usar vidas humanas como porquinhos-da-índia para salvar presumivelmente outras".

"O aborto não é um problema religioso, nem sequer filosófico, mas científico porque se trata de uma vida humana. Não é lícito acabar com ela para resolver um problema", afirmou o papa.

"Trata-se de um conceito que não pode mudar com o avanço dos anos, pois, no pensamento antigo ou moderno, matar significa sempre o mesmo", acrescentou.

Sobre a eutanásia, Francisco ressaltou que pôr fim à vida de um doente é dizer não a Deus, um pecado contra o criador, ao considerar que o final da vida pode ser decidido pelos homens.

O papa pediu aos médicos que, nesses casos, tomem "decisões valentes, contracorrente". Em circunstâncias particulares, que "aproveitem da objeção de consciência".

"Vossa missão como médicos os põe em contato com muitas formas de sofrimento e, portanto, os encorajou que como encarregados de cuidar, como bons samaritanos, de maneira particular dos idosos, doentes e incapacitados".

Francisco lamentou que em um momento de grandes progressos científicos, que aumentam a possibilidade de cura de várias doenças, tenha ocorrido a diminuição da capacidade de cuidar das pessoas, sobretudo, dos que mais sofrem ou são frágeis.

"As conquistas da ciência e da medicina podem contribuir à melhoria da vida humana na medida em que não se afastem das raízes éticas dessas disciplinas", acrescentou.