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Colômbia detém navio de bandeira chinesa que transportava armas a Cuba

03/03/2015 17h53

(Atualiza com informação sobre o fabricante e o destinatário da carga).

Bogotá, 3 mar (EFE).- As autoridades colombianas confirmaram nesta terça-feira a descoberta de uma grande quantidade de armamento e munição com documentação irregular na embarcação de bandeira chinesa "Da Dan Xia" que se dirigia a Cuba e fez uma escala em Cartagena.

O diretor nacional de secionais da procuradoria, Luis González León, explicou em entrevista coletiva que as diligências de inspeção do navio começaram no sábado passado no porto da zona industrial de Mamonal, em Cartagena, onde o navio atracou.

Durante a inspeção, as autoridades "encontraram cerca de 100 toneladas de pólvora, 2,6 milhões de fulminantes, 99 núcleos de projétil e cerca de 3.000 cápsulas de projétil de referência para a construção de canhões de artilharia" que não figuravam adequadamente na documentação de transporte.

"A documentação mostrada pelo capitão em relação à mercadoria não guarda correspondência com o que se encontrou", acrescentou León.

Por essa razão, o capitão Wu Hong, também de nacionalidade chinesa, "foi detio", explicou.

Fotografias dos contêineres divulgadas pela procuradoria indicam que o fornecedor da carga é a empresa chinesa Norinco, uma corporação dedicada ao desenvolvimento de armas e equipamentos para o exército desse país.

Segundo o site da empresa, o Grupo Norinco, que está formado por 46 unidades distribuídas em várias regiões da China e por dezenas de filiais no exterior, produz tanques, plataformas de lançamento de foguetes, sistemas de mísseis antiaéreos e projéteis convencionais, entre outros.

Como destinatário aparece a Tecnoimport, empresa com sede em Havana e dedicada à importação de provisões técnicas, à qual diversas fontes vinculam com as forças armadas cubanas.

Segundo informações do jornal "El Heraldo", da cidade vizinha de Barranquilla, o navio foi interceptado graças a "informações de inteligência" que alertaram da suposta ilegalidade da documentação.

Outros meios, como o jornal "El Tiempo", informaram que o barco chegou a Cartagena para descarregar encanamentos para uma empresa petrolífera, em uma operação que contava com toda a documentação, e enquanto permanecia no porto, as autoridades foram alertadas que a bordo também havia armamento.

A embarcação permanece ancorada em Cartagena por encontrar-se imersa no meio de um processo judicial.