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Rebeldes ameaçam com "guerra global" após intervenção militar

Khaled Abdullah/Reuters
Imagem: Khaled Abdullah/Reuters

Em Sanaa (Iêmen)

25/03/2015 23h33

O membro do escritório político do movimento iemenita dos houthis, Mohammed al Bujaiti, afirmou nesta quinta-feira (26) que os ataques da aviação saudita contra posições de seu grupo no país são uma declaração de guerra que conduzirá o país a uma "guerra global" na região.

Em declarações ao canal catariano "Al Jazeera", Bujaiti declarou que o tempo demonstrará "o erro" da decisão da Arábia Saudita e vários países árabes de atacar as posições das milícias xiitas no Iêmen, onde controlam o norte do país e avançam rumo a sua parte meridional.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar e Bahrein decidiram responder ao pedido do presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, de atuar militarmente para frear o avanço dos rebeldes houthis, que hoje chegaram às portas de Áden, sede do governo leal ao líder.

"Nossos países decidiram responder ao pedido do presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, de proteger o Iêmen e seu povo do ataque das milícias houthis, que foram e continuam sendo uma ferramenta nas mãos de uma força estrangeira", asseguraram estes países em comunicado divulgado pouco antes da divulgação do ataque.

Segundo Bujaiti, a intervenção "é uma declaração de guerra contra o povo iemenita e combateremos aqueles que nos combatem".

Os avanços militares no sul do Iêmen dos houthis, que em setembro do ano passado tomaram o controle da capital, Sanaa, se aceleraram hoje após a captura da estratégica base militar de Al Anad e depois da cidade de Al Huta, capital da província meridional de Lahech, a 50 quilômetros de Áden.

O presidente iemenita, que se encontra em paradeiro desconhecido desde o meio-dia de hoje, estabeleceu no último dia 21 de fevereiro sua sede e a de seu governo em Áden após fugir de Sanaa, onde se encontrava submetido a um ferrenho controle por parte dos houthis.