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"O papa vem para abraçar os povos de Cuba e dos EUA", diz Frei Betto

19/09/2015 14h11

Havana, 19 set (EFE).- O religioso e teólogo brasileiro Frei Betto disse em Havana que a viagem que o papa Francisco começará a fazer neste sábado por Cuba e que depois o levará aos Estados Unidos, será uma oportunidade para "abraçar" os dois povos "que ele se esforçou para que se aproximassem".

"O papa vem para abraçar os povos de Cuba e dos EUA que ele se esforçou para que se aproximassem, dois sistemas diferentes que ele se esforçou para que se unissem", afirmou o também escritor à imprensa.

Frei Betto ressaltou a "discreta" participação de Francisco e o trabalho da diplomacia do Vaticano na aproximação entre os governos de Cuba e dos EUA, que em 20 de julho reataram vínculos após meio século de inimizade, mas lembrou que "ainda há muito a ser feito".

Segundo ele, esta visita, a terceira de um pontífice à ilha, faz parte do "legado de João Paulo II", o primeiro bispo de Roma que chegou a Cuba, e que contribuiu para a abertura de Cuba ao mundo e para a construção de uma melhor relação do governo com a Igreja Católica.

"A visita de Francisco é um presente aos povos cubano e norte-americano, embora nos EUA a passagem deva ser muito mais complicada do que em Cuba", indicou o teólogo, que acrescentou que devido à proximidade das eleições norte-americanas, é provável que candidatos republicanos e democratas "tentem utilizar" as palavras do papa a seu favor.

Frei Betto, autor de mais de 60 livros e amigo pessoal do ex-presidente Fidel Castro, afirmou que a "fé é algo que está plenamente integrado" à vida do cubano, um país que "embora não seja totalmente religioso" será o único, ao lado do Brasil, na América Latina a receber a visita de três papas.