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Polícia prende ao menos 4 em operação contra o terrorismo em Sydney

Em Sydney (Austrália)

07/10/2015 00h26

As autoridades da Austrália prenderam ao menos quatro pessoas nesta quarta-feira (7) em uma operação no oeste de Sydney por seu envolvimento com a morte a tiros de um funcionário de polícia por um suposto jovem terrorista na sexta-feira passada.

"Os motivos das prisões e das operações de busca e apreensão se devem a que suspeitamos que aconteceu um ato terrorista e que eles têm algum conhecimento sobre isso", disse à imprensa Catherine Burn, subcomissária de polícia do estado de Nova Gales do Sul.

Na manhã de hoje, mais de 200 agentes participaram das operações realizadas em diversos bairros do oeste de Sydney, a capital de Nova Gales do Sul, e prenderam os jovens, que têm entre 16 e 24 anos.

Inicialmente, a polícia tinha informado que eram cinco detidos em conexão com o assassinato do contador Curtis Cheng, mas depois esclareceu que um deles estava vinculado a outro caso de fraude.

Três dos quatro detidos já foram investigados em uma grande operação antiterrorista realizada no ano passado.

Cheng, 58, foi atingido por disparos na sexta-feira passada feitos por Farad Jabar Khalil Mohammad nos arredores de uma delegacia do bairro de Parramatta, no oeste de Sydney.

O atirador, de 15 anos e supostamente vinculado ao grupo radical islamita Hizb ut-Tahrir, morreu pouco depois, quando os policiais responderam à agressão.

As autoridades australianas acreditam que a irmã de Farhad, Shadi, fugiu de casa para pegar um voo rumo a Istambul, na Turquia, de onde supostamente teria tentado entrar no Iraque ou na Síria.

A subcomissária Burn assinalou que ainda se desconhecem as motivações de Farhad, mas indicou que se suspeita "que (o jovem) estava sob algum tipo de influência, seja ela ideológica, religiosa ou política".

"Preocupa-nos muitíssimo que no coração de nossa comunidade esteja acontecendo o planejamento de ataques que levem ao que vimos na sexta-feira passada", disse a policial.

Ontem, as autoridades fizeram buscas na casa de outro adolescente que frequentava a mesma escola que Farhad e que supostamente ameaçou a polícia através de sua página no Facebook.

Segundo a edição australiana do jornal "The Guardian", a detenção do adolescente não está vinculada às operações de hoje.

A Austrália elevou o alerta de terrorismo para "alto" em setembro de 2014 e, desde então, evitou vários ataques planejados por jihadistas.

As autoridades do país acreditam que cerca de 39 jihadistas australianos morreram em combates no Oriente Médio.