Ex-premiê português José Sócrates é posto em liberdade condicional
O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates, que até agora estava em prisão domiciliar por suspeitas de corrupção, foi posto em liberdade condicional, informou nesta sexta-feira a Promotoria do país.
Em comunicado, a Promotoria portuguesa explicou que já foram recolhidos dados suficientes no processo de investigação contra o ex-mandatário socialista, por isso que "diminuiu a possibilidade de que haja perturbação de provas".
O ex-chefe do governo português entre 2005 e 2011 estava em prisão domiciliar em Lisboa, após ter passado mais de nove meses na penitenciária de Évora de forma preventiva.
Sócrates, que atualmente tem 58 anos, foi detido em sua chegada ao aeroporto de Lisboa procedente de Paris no dia 21 de novembro de 2014 por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
Em sua nota, a Promotoria também disse que se concedeu a liberdade condicional ao empresário Carlos Santos Silva, ao qual a imprensa portuguesa considerou como testa-de-ferro de Sócrates.
Ambas as decisões foram promovidas pela própria Promotoria e aceitas pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
No entanto, nem Sócrates nem Silva podem sair de Portugal sem "autorização prévia" e estão proibidos os contatos com outros dos suspeitos na mesma causa, a denominada "Operação Marqués".
A defesa de Sócrates conseguiu na quinta-feira ter acesso aos dados da investigação, conforme uma decisão do Tribunal de Relação de Lisboa.
Desde a detenção de Sócrates em novembro de 2014, os meios de imprensa portugueses foram divulgando dados da investigação em informações que apontavam, por exemplo, que o ex-dirigente contaria com uma fortuna superior a 20 milhões de euros, que guardava supostamente em contas bancárias de seu amigo Silva.
A detenção de Sócrates comoveu Portugal por se tratar do primeiro antigo governante que era detido desde que a democracia foi instaurada no país há 40 anos.
Sócrates cumpriu seu primeiro mandato entre 2005 e 2009 apoiado com uma maioria absoluta do Partido Socialista (PS).
Seu segundo mandato, de apenas um ano e meio, foi interrompido em março de 2011 por não contar com o apoio suficiente da oposição para aprovar o Orçamento do Estado.
Em maio desse mesmo ano, Sócrates teve que assinar um resgate financeiro internacional em troca de 78 bilhões de euros, pelo que Portugal iniciou duras medidas de cortes entre 2011 e 2014.
Um mês depois, perdeu as eleições antecipadas para o conservador Pedro Passos Coelho.
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