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Salah Abdeslam percorreu a Europa para unir cúmplices de atentados de Paris

Salah Abdeslam, um dos supostos terroristas envolvidos nos ataques de Paris, em foto divulgada pela polícia da França - Reprodução/Twitter/@PNationale
Salah Abdeslam, um dos supostos terroristas envolvidos nos ataques de Paris, em foto divulgada pela polícia da França Imagem: Reprodução/Twitter/@PNationale

Em Paris (França)

02/12/2015 11h22

Salah Abdeslam, um dos suspeitos de envolvimento com os atentados do dia 13 de novembro em Paris, percorreu milhares de quilômetros por toda a Europa ao longo do mês de setembro para reunir os outros terroristas e coletar o material utilizado por eles nos ataques, de acordo com os investigadores franceses.

Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (2) pela emissora local TF1, a suspeita é que Abdeslam tenha alugado pelo menos dois veículos para buscar outros jihadistas que estavam na Alemanha, Áustria e Hungria. Eles chegaram a essa conclusão após analisar a movimentação bancária e os equipamentos de GPS dos carros usados pelo suspeito, contra quem há uma ordem internacional de prisão.

Abdeslam, de 26 anos, partiu do distrito de Molenbeek em setembro, em Bruxelas, onde nasceu, rumo ao leste do continente. Depois, teria feito uma segunda viagem no fim do mesmo mês para buscar os demais companheiros.

Os investigadores consideram, além disso, que alguns dos terroristas já identificados voltaram da Síria, onde não é possível seguir suas pistas após serem fichados pelos serviços secretos. Esse seria o caso de Samy Amimour, Omar Ismail Mostefai, ambos identificados como dois dos três suicidas do Bataclan, e de Bilal Hadfi, que se explodiu perto do Stade de France.

Quem também teria retornado da Síria é Abdelhamid Abaaoud, considerado o "cérebro" dos ataques e que foi morto pela polícia da França em um apartamento em Saint-Denis cinco dias após os atentados, quando, de acordo com os investigadores, planejava outro ataque, desta vez contra o distrito financeiro de Paris.

Além disso, as impressões digitais dos outros dois suicidas do Stade de France, ainda não identificadas oficialmente, foram rastreadas na Sérvia e na Grécia.

A presença de Abdeslam em Paris na noite dos atentados, quando seu irmão, Brahim, se explodiu, está confirmada porque seu telefone foi rastreado na cidade.

De fato, o rastreamento das ligações de Abdeslam permitiu que as autoridades soubessem que ele esteve na cidade de Montrouge, no sul de Paris, no mesmo lugar onde foi encontrado, em uma fábrica de celulose, um colete de explosivos similar ao usado na casa de shows Bataclan, onde morreram 89 pessoas.

A emissora TF1 afirmou que os investigadores não conseguiram encontrar impressões digitais nem traços de DNA no colete, já que o líquido usado pelo esquadrão antibombas para desativar o artefato destruiu qualquer pista.

Por outro lado, a revista semanal "Le Point" divulgou em seu site que a perna de um dos suicidas foi encontrada no Bataclan após ter sido esquecida pelos peritos franceses. Trabalhadores da casa de espetáculos a encontraram atrás de um amplificador, dias depois de a polícia ter terminado de analisar a cena do crime.