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Colégio de um dos terroristas de Paris tinha alertado sobre sua radicalização

Bilal Hafdi, um dos homens-bombas que participou dos atentados em Paris, próximo ao Stade de France - Reprodução/Twitter
Bilal Hafdi, um dos homens-bombas que participou dos atentados em Paris, próximo ao Stade de France Imagem: Reprodução/Twitter

Em Bruxelas

26/12/2015 07h54

O colégio bruxelense de um dos suicidas de Paris, Bilal Hadfi, já tinha advertido sobre sua radicalização às autoridades, mas a informação não chegou a ser comunicada à justiça, assunto que é investigado pela polícia da Bélgica, informou neste sábado a imprensa local.

Hadfi, um dos suicidas suicidas do Stade de France, combateu com o Estado Islâmico na Síria e era conhecido pelo Órgão de Coordenação para a Análise das Ameaças (OCAM) da Bélgica, dado que figurava em uma lista de 800 nomes fichados por seus vínculos com o país.

Como parte da investigação dos atentados de Paris, a polícia agora interroga os funcionários da escola Annessens-Funck, em Bruxelas, a mesma que Hadfi frequentava antes de ir à Síria e de realizar os ataques do dia 13 de novembro.

O homem "tinha chamado a atenção" no colégio no começo do ano por comemorar os ataques contra a revista satírica "Charlie Hebdo", que ocorreram em 7 de janeiro.

O diretor da escola alertou à administração escolar sobre a partida de Hadfi à Síria no dia 27 de abril e o colégio tinha um dossiê aberto em seu nome, mas o comitê responsável pelo caso investiga "por que estas informações não chegaram à justiça".

As tentativas da direção do colégio em prevenir as autoridades "foram bloqueadas", apesar de os professores e coordenadores do colégio terem "formulado sérios questionamentos sobre o desenvolvimento de Bilal Hadfi", informou o jornal "Le Soir".

"Ele (Bilal Hadfi) expressava opiniões radicais com frequência em sala de aula e tinha sido convidado várias vezes a falar com o diretor", revelaram os depoimentos dos funcionários da escola divulgados pelos jornais "De Morgen" e "Het Laatste Nieuws".

Dez dias antes dos atentados em Paris, a mãe de Hadfi expressou em entrevista o receio que seu filho de 20 anos "explodisse de um dia para o outro", ao descrevê-lo como uma "panela de pressão" na Bélgica.

O jovem partiu subitamente no domingo, dia 15 de fevereiro, à Síria, sem avisar a família, e fingiu fazer uma viagem ao Marrocos para "recarregar energia" e visitar o túmulo do pai.