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Maconha legalizada no Colorado afeta traficantes mexicanos, aponta relatório

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Imagem: Getty Images

Em Denver

01/02/2016 21h09

A legalização da produção e venda de maconha para fins recreativos no Estado do Colorado desde 2014 reduziu as operações dos cartéis mexicanos da droga tanto na área fronteiriça como dentro dos Estados Unidos, de acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira (1º).

O documento, divulgado pelo grupo Lawyer Herald, utiliza recentes estatísticas de várias fontes para concluir que a produção, distribuição e venda de maconha recreativa legalizada no Colorado é um dos fatores que causou a diminuição das operações de contrabando dos cartéis mexicanos.

"A maconha legalizada no Colorado parece ter ajudado a resolver o problema da droga no México", indica o relatório, que cita o site pró-legalização da maconha "Weed Blog", que afirma que nos últimos dois anos houve uma redução de "até 70%" no tráfico dessa droga controlada por cartéis mexicanos.

Um relatório oficial da DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos) confirmou em outubro de 2015 essa diminuição, ao mostrar que em 2014 (ano mais recente com dados completos) foi registrado 23% a menos de contrabando fronteiriço em relação a 2013. Apesar disso, foram expropriadas 900 toneladas de maconha ilegal na fronteira.

A maconha recreativa foi legalizada no Colorado em novembro de 2012 quando os eleitores aprovaram por maioria a Emenda 64. Essa lei permite que a partir deste ano todos os interessados, e não só os donos de dispensários de maconha medicinal, vendam maconha recreativa caso se registrem.

Um relatório da Universidade Carnegie Mellon e outro da Universidade de Maryland, ambos de janeiro, indicam que a queda das atividades dos traficantes mexicanos na fronteira se deve à criação no Colorado de um mercado negro de maconha, mais potente do que a mexicana, que é ilegalmente distribuído a outros Estados.

Outra análise, divulgada recentemente pelo canal ABC News, documenta a presença no Estado de "narcotraficantes em grande escala que chegaram especificamente para cultivar a droga e enviá-la a mercados mais lucrativos", pois "ninguém sabe exatamente quanta maconha sai do Colorado".