Bombardeio em hospital deixa 27 mortos em Aleppo
Pelo menos 27 pessoas morreram em Aleppo, no norte da Síria, entre elas o último pediatra que havia na região controlada pelos rebeldes, depois que o hospital de Al Quds foi bombardeado por forças governamentais na noite de quarta-feira, informou nesta quinta-feira (28) a emissora "Al Jazeera" e a ONU.
As equipes de resgate trabalham para retirar os corpos e resgatar os sobreviventes que estão sob os escombros do edifício e o número de mortos ainda pode aumentar, acrescentou a emissora com sede no Catar.
Entre os mortos estão dois menores de idade, outros dois médicos e dois guardas do centro de saúde, que, como consequência do ataque, ficou completamente destruído e fora de serviço.
O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, afirmou que o ataque "provavelmente terminou com a vida do último pediatra" nessa zona.
O mediador da ONU fez referência a esse caso para pedir à Rússia e Estados Unidos que unam seus esforços para dar de novo vigor à trégua na Síria e salvá-la "do colapso total".
"Faço uma chamada à Rússia e Estados Unidos para que tomem uma iniciativa urgente para relançar a trégua, que por enquanto está em perigo", disse De Mistura em entrevista coletiva após informar por teleconferência ao Conselho de Segurança da ONU sobre o resultado da terceira rodada de negociações de paz concluída na quarta-feira.
O aumento das hostilidades em Aleppo foi repercutido hoje também pela agência oficial síria, "Sana", que reportou que sete civis morreram e outros 35 ficaram feridos em ações de organizações terroristas, no que a agência considerou como novas violações do cessar-fogo.
Uma fonte do comando da polícia de Aleppo disse em um comunicado citado pela "Sana" que o grupo terrorista Frente al Nusra e outros ligados a essa organização foram os responsáveis por esses ataques em várias áreas de Aleppo.
Pelo menos 107 civis morreram, entre eles 20 menores de idade, desde 22 de abril na onda de violência que assola a cidade de Aleppo, informou na quarta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
A ONG afirmou que 61 das vítimas morreram em bombardeios de aviões de guerra em áreas como Al Mogair, Al Firdus, Al Sajur, Al Muasal, Bab al Neirab, Sukan Shababi e Al Ansari, na cidade de Aleppo.
Outras 38 pessoas morreram pelo impacto de dezenas de foguetes de fabricação local e pela explosão de bujões de gás lançados contra áreas controladas pelo regime, como Nova Aleppo, Al Manian, Al Mokambo, Al Ashrafie, Seif al Daula e Al Khalediya.
O OSDH acrescentou que oito civis morreram pelo disparo de projéteis por parte das forças governamentais nos distritos de Aqiud, Al Yazmati e Bustan al Qaser al Jarya.
Nos últimos dias, houve um aumento das hostilidades em Aleppo, que está dividida, com alguns bairros controlados pelas autoridades sírias e outros em poder de facções islâmicas, apesar do cessar-fogo que vigora na Síria desde 27 de fevereiro.
O acordo de trégua foi aceito pelo governo em Damasco e pela Comissão Suprema para as Negociações, a principal aliança de oposição ao regime no país, mas o cessar-fogo não inclui os grupos armados considerados terroristas como o Estado Islâmico e a Frente al Nusra (Al Qaeda).
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