Investir em concreto: bunker ganha nova vida na Alemanha
Elisa Tuyaré.
Berlim, 19 nov (EFE).- Muitos dos 2.000 bunkers construídos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria na Alemanha foram renovados com diferentes finalidades, desde casas até museus ou instalações para escaladas, em uma tendência em alta no país, com cada vez mais adeptos.
Os muros cinzentos de concreto de dois metros de espessura exibem cicatrizes da Segunda Guerra Mundial na fachada de um bunker antiaéreo localizado no centro de Berlim, que funciona há oito anos como galeria de arte e moradia do milionário alemão Christian Boros.
As novas técnicas de construção permitem trabalhar com facilidade este tipo de estrutura maciça, o que faz com que aumente sua demanda, explicou à Agência Efe o porta-voz do Instituto Federal de Imóveis (BIMA), Lars Drewes.
A construção que Boros adquiriu em 2008 foi projetada em 1941 pelo arquiteto predileto de Adolf Hitler, Albert Speer, mas o colecionador de arte restaurou a estrutura interna para expor algumas das obras de sua propriedade e lhe acrescentou uma moderna cobertura com amplas vidraçarias e espessos arbustos, espaço que adotou como sua casa.
Segundo dados do Ministério do Interior alemão, no país há cerca de 2.000 bunkers construídos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, muitos dos quais foram lançados ao mercado em 2007 por serem considerados anacrônicos.
O preço médio é de cerca de 375 mil euros, embora seja possível encontrar pequenos bunkers por 20 mil euros e imensas instalações por até 4 milhões.
No mês passado, o historiador de arte especialista em Ásia, Désiré Feuerle, também abriu sua galeria em um destes edifícios em Berlim, onde mostra sua coleção privada de arte antiga do sudeste asiático e peças de mobília imperial chinesa, junto a trabalhos de artistas contemporâneos como Cristina Iglesias, Anish Kapoor e Zeng Fenzhi.
Como Feuerle explicou em conversa com a Agência Efe por ocasião da abertura das instalações, "não foi fácil" converter um antigo bunker de telecomunicações em um museu, embora a estrutura, superados os problemas de controle de temperatura, tenha agora "o ambiente perfeito" para a mostra.
Outro dos refúgios abertos ao público é o museu Berlim Story Bunker, uma edificação de cinco andares em cuja entrada se pode ver uma porta exterior de uma tonelada e meia que repousa sobre uma parede de mais de dois metros de espessura.
Restaurada a estrutura original de 1942, que conseguiu alojar 12 mil pessoas durante os bombardeios na cidade em 1945, o bunker exibe desde a semana passada uma exposição com uma réplica do estúdio no qual Adolf Hitler se suicidou e uma maquete que mostra o projeto original do verdadeiro bunker do ditador nazista.
O refúgio de Hitler foi construído nos jardins da Nova Chancelaria do Reich, muito perto do emblemático Portão de Brandeburgo, mas hoje é difícil saber onde ficava exatamente sua entrada, já que só resta uma sinalização em um complexo de edifícios indicando o lugar aproximado.
Além destas instalações "museus", outros bunkers encontraram um destino mais apocalíptico, como o "Vivos Europa One", em Rothenstein (leste da Alemanha), que se apresenta como o refúgio de luxo mais seguro do mundo e com capacidade para abrigar 34 famílias caso ocorra um cataclismo mundial.
Sua renovação, que custou US$ 1 bilhão, foi realizada para "oferecer aos europeus um refúgio infalível para estar um passo adiante de uma catástrofe mundial", detalhou à Efe a diretora de mídia da companhia americana The Vivos Group, Barbi Grossman.
O bunker, que já tem várias unidades vendidas e está pronto para ser habitado, tem uma superfície total de cinco quilômetros quadrados, e está equipado com todo tipo de serviços - desde um pequeno hospital até uma escola e uma piscina - para que os inquilinos possam passar vários anos sob a terra e superar o fim do mundo com luxo.
Berlim, 19 nov (EFE).- Muitos dos 2.000 bunkers construídos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria na Alemanha foram renovados com diferentes finalidades, desde casas até museus ou instalações para escaladas, em uma tendência em alta no país, com cada vez mais adeptos.
Os muros cinzentos de concreto de dois metros de espessura exibem cicatrizes da Segunda Guerra Mundial na fachada de um bunker antiaéreo localizado no centro de Berlim, que funciona há oito anos como galeria de arte e moradia do milionário alemão Christian Boros.
As novas técnicas de construção permitem trabalhar com facilidade este tipo de estrutura maciça, o que faz com que aumente sua demanda, explicou à Agência Efe o porta-voz do Instituto Federal de Imóveis (BIMA), Lars Drewes.
A construção que Boros adquiriu em 2008 foi projetada em 1941 pelo arquiteto predileto de Adolf Hitler, Albert Speer, mas o colecionador de arte restaurou a estrutura interna para expor algumas das obras de sua propriedade e lhe acrescentou uma moderna cobertura com amplas vidraçarias e espessos arbustos, espaço que adotou como sua casa.
Segundo dados do Ministério do Interior alemão, no país há cerca de 2.000 bunkers construídos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, muitos dos quais foram lançados ao mercado em 2007 por serem considerados anacrônicos.
O preço médio é de cerca de 375 mil euros, embora seja possível encontrar pequenos bunkers por 20 mil euros e imensas instalações por até 4 milhões.
No mês passado, o historiador de arte especialista em Ásia, Désiré Feuerle, também abriu sua galeria em um destes edifícios em Berlim, onde mostra sua coleção privada de arte antiga do sudeste asiático e peças de mobília imperial chinesa, junto a trabalhos de artistas contemporâneos como Cristina Iglesias, Anish Kapoor e Zeng Fenzhi.
Como Feuerle explicou em conversa com a Agência Efe por ocasião da abertura das instalações, "não foi fácil" converter um antigo bunker de telecomunicações em um museu, embora a estrutura, superados os problemas de controle de temperatura, tenha agora "o ambiente perfeito" para a mostra.
Outro dos refúgios abertos ao público é o museu Berlim Story Bunker, uma edificação de cinco andares em cuja entrada se pode ver uma porta exterior de uma tonelada e meia que repousa sobre uma parede de mais de dois metros de espessura.
Restaurada a estrutura original de 1942, que conseguiu alojar 12 mil pessoas durante os bombardeios na cidade em 1945, o bunker exibe desde a semana passada uma exposição com uma réplica do estúdio no qual Adolf Hitler se suicidou e uma maquete que mostra o projeto original do verdadeiro bunker do ditador nazista.
O refúgio de Hitler foi construído nos jardins da Nova Chancelaria do Reich, muito perto do emblemático Portão de Brandeburgo, mas hoje é difícil saber onde ficava exatamente sua entrada, já que só resta uma sinalização em um complexo de edifícios indicando o lugar aproximado.
Além destas instalações "museus", outros bunkers encontraram um destino mais apocalíptico, como o "Vivos Europa One", em Rothenstein (leste da Alemanha), que se apresenta como o refúgio de luxo mais seguro do mundo e com capacidade para abrigar 34 famílias caso ocorra um cataclismo mundial.
Sua renovação, que custou US$ 1 bilhão, foi realizada para "oferecer aos europeus um refúgio infalível para estar um passo adiante de uma catástrofe mundial", detalhou à Efe a diretora de mídia da companhia americana The Vivos Group, Barbi Grossman.
O bunker, que já tem várias unidades vendidas e está pronto para ser habitado, tem uma superfície total de cinco quilômetros quadrados, e está equipado com todo tipo de serviços - desde um pequeno hospital até uma escola e uma piscina - para que os inquilinos possam passar vários anos sob a terra e superar o fim do mundo com luxo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.