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Oposição venezuelana denuncia prisão de mais de 700 pessoas em protesto

07/05/2017 15h26

Caracas, 7 mai (EFE).- Líderes da oposição na Venezuela afirmaram neste domingo (7) que a Justiça Militar do país prendeu 780 pessoas no estado de Carabobo ontem, em meio à crise que o país vive devido a uma onda de protestos que teve início no dia 1º de abril e que já provocou a morte de 37 pessoas.

"De acordo com a informação dada pelo governo, 780 pessoas foram detidas ontem no estado de Carabobo. Do total, 200 estavam sendo processados no quartel militar, e 40 deles foram julgados em audiências expressas", disse o governador de Miranda e líder da oposição, Henrique Capriles, em entrevista coletiva.

"Esses venezuelanos estão sendo enviados para diferentes prisões. Pelo menos 40 cidadãos foram processados lá mesmo. É um fato muito grave", afirmou Capriles, responsabilizando o governo do presidente Nicolás Maduro e o ministro de Defesa, Vladimir Padrino López.

"Vamos levar isso até as últimas instâncias", ressaltou o governador, que afirmou que comunicou o incidente ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, para pedir uma "ponte" para fazer as denúncias.

"Vamos levar isso nas próximas horas ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU porque isso em qualquer país democrático é proibido", afirmou Capriles.

O estado de Carabobo registrou uma escalada de violência na última semana. Cinco pessoas morreram em protestos. Vários imóveis foram depredados e mais de 100 lojas saqueadas nas manifestações.

O ministro do Interior da Venezuela, Néstor Reverol, se mobilizou na sexta-feira para atender a situação de crise na região e confirmou que os presos por "atos terroristas" serão julgados pela "jurisdição penal e militar".

"Tribunais militares serão encarregados de continuar todas as investigações que sejam necessárias contra esses terroristas contratados pela direita", indicou o ministro no Twitter.