Figueiredo pede que Argentina remova obstáculos ao comércio bilateral, diz fonte
BUENOS AIRES, 19 Set (Reuters) - O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, pediu nesta quinta-feira à Argentina que "considere" e "resolva" os obstáculos ao comércio bilateral que têm o poder de "contaminar" uma ampla e proveitosa relação mútua.
Figueiredo fez o pedido em uma reunião com seu colega argentino, Héctor Timerman, disse à Reuters uma fonte diplomática, no momento em que as relações entre os dois países sofrem com travas ao comércio impostas pelos argentinos.
"É preciso ver os problemas com naturalidade, mas também é preciso considerá-los e resolvê-los para que não contaminem a relação", disse Figueiredo na reunião, segundo a fonte que também esteve presente no encontro.
Figueiredo, que faz sua primeira viagem à Argentina desde sua posse no mês passado, elogiou a expansão do comércio bilateral, que quintuplicou desde 2002 para atingir 34,5 bilhões de dólares anuais no ano passado.
Contudo, indicou que o sistema argentino para autorizar importações tem um impacto negativo na comunidade empresarial e na opinião pública brasileiras, detalhou a fonte.
A Argentina exige aos países que ingressam no país com bens que enviem ao governo a autorização de uma permissão chamada Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAI).
O sistema tem dificultado o fluxo de mercadorias ao país, que aplica um rígido controle de capital e busca proteger seu superávit comercial, uma vez que tem praticamente fechado o acesso aos mercados voluntários de crédito.
Autoridades brasileiras se queixaram de "desvios de comércio" que acabaram beneficiando produtos asiáticos.
A Argentina é o terceiro maior sócio comercial do Brasil, mas é o principal mercado para os produtos brasileiros industrializados.
Figueiredo também manteve reuniões em Buenos Aires com o ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, e se reuniria com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira.
(Reportagem de Guido Nejamkis)
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