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Principal tarefa da Ucrânia é montar Exército para deter Rússia, diz premiê

VALENTYN OGIRENKO
Imagem: VALENTYN OGIRENKO

14/11/2014 10h49

KIEV (Reuters) - A prioridade máxima da Ucrânia é construir um Exército forte o bastante para deter a agressão militar russa, disse o primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, nesta sexta-feira, depois que as Forças Armadas do país relataram mais mortes em um conflito separatista.

A perspectiva de uma guerra no leste da Ucrânia aumentou a pressão sobre a economia em dificuldades do país, levando a moeda local, grívnia, a desabar 17 por cento este mês e a uma alta expressiva nos custos de empréstimos.

A Ucrânia acusa a Rússia de enviar soldados e armas para ajudar os rebeldes pró-Moscou do leste a lançar uma nova ofensiva, em um conflito que já matou mais de 4.000 pessoas desde abril.

O aumento da violência, seguidos desrespeitos ao cessar-fogo e relatos de comboios armados sem identificação que entram na Ucrânia a partir da direção da fronteira russa têm despertado temores de que a frágil trégua firmada em 5 de setembro possa entrar em colapso.

"Construir um Exército, que seja capaz de parar a agressão da Rússia, é a tarefa número um", disse Yatseniuk em entrevista coletiva transmitida pela televisão.

Os rebeldes apoiados pela Rússia responderam em tom belicoso. "Se eles (Ucrânia) agirem para construir forças como uma demonstração, uma ameaça, para alguma ação concreta, nós estamos prontos para isso", disse à Reuters Alexander Khodakovsky, importante liderança militar separatista.

Yatseniuk, que deve permanecer como premiê de um novo governo de coalizão a ser formado após eleições em 26 de outubro, disse que não espera que a economia cresça antes de 2016, e sugeriu o atual vice-ministro das Finanças, Vitaly Lisovenko, para o cargo de ministro das Finanças em um novo governo de coalizão.

Um porta-voz militar ucraniano disse que bombardeios entre as forças governamentais e os rebeldes continuaram nas últimas 24 horas nas regiões de Donetsk e Luhansk, resultando na morte de um soldado e de uma criança de cinco anos em ataques diferentes.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse às autoridades de segurança do país que "não há motivo para pânico" sobre a situação no leste.

"Se os eventos começarem a se desenvolver, apesar do plano de paz, as Forças Armadas ucranianas hoje estão prontas e são capazes de repelir (uma ofensiva)", disse Poroshenko em comunicado, acrescentando que o governo de Kiev se mantém empenhado em encontrar uma solução pacífica para a crise.

A Rússia advertiu nesta semana que qualquer retomada das hostilidades seria catastrófica para a Ucrânia, depois de Kiev ter dito que estava reposicionando tropas para estar pronta para qualquer ofensiva rebelde.

(Reportagem de Alessandra Prentice e Natalia Zinets)