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Líderes estudantis de Hong Kong são impedidos de viajar a Pequim

15/11/2014 13h22

HONG KONG (Reuters) - Três líderes estudantis de Hong Kong foram impedidos de pegar um vôo para Pequim, no sábado, para levar sua luta por mais democracia diretamente ao governo chinês, depois que autoridades da companhia aérea disseram que suas autorizações de viagem eram inválidas.

Os estudantes, liderados por Alex Chow, líder da Federação de Estudantes de Hong Kong, tinham planejado ir a Pequim com a intenção de se encontrarem com o premiê chinês, Li Keqiang, já que os esforços para chegar a um acordo com as autoridades em Hong Kong falharam.

Um porta-voz da Cathay Pacific disse à mídia local que as autoridades chinesas disseram à companhia aérea que as autorizações de viagem dos estudantes não eram válidas. Ele não entrou em detalhes, embora a representante dos estudantes tenha comentado o ocorrido.

?A Cathay confirmou que os seus (dos estudantes) cartões de retorno para casa haviam sido cancelados pelas autoridades do continente, portanto eles não poderiam obter os certificados necessários para entrar no avião?, disse Yvonne Leung, representante da Federação de Estudantes de Hong Kong.

Os líderes estudantis deixaram o aeroporto pouco depois.

Os manifestantes têm ocupado áreas importantes de Hong Kong há mais de seis semanas, acampando em algumas das propriedades mais caras do mundo e paralisando parte do centro financeiro, exigindo eleições livres para o líder da cidade em 2017.

A imprensa local especulou que os estudantes seriam mandados de volta assim que pousassem em Pequim. A China já recusou antes a entrada de ativistas que queriam se manifestar contra Pequim.

Cerca de 300 partidários, alguns com guarda-chuvas amarelos, que se tornaram um símbolo do movimento democrático, apareceram no aeroporto de Hong Kong onde foram recebidos pela mídia em meio à cenas caóticas.

Pequim declarou que os protestos são ilegais e disse que a lei e a ordem devem ser mantidas na cidade controlada pela China, onde cenas de policiais disparando gás lacrimogêneo e de confrontos violentos chegaram às manchetes globais.

(Reportagem de Denny Thomas e Anne Marie Roantree)