Reino Unido sanciona por corrupção filha de ex-presidente angolano

O governo britânico anunciou, nesta quinta-feira (21), sanções contra a empresária angolana Isabel dos Santos, filha de um ex-presidente, assim como contra um magnata ucraniano e um letão, como parte de uma série de medidas anticorrupção.

"Três cleptocratas infames e seus associados foram sancionados hoje pelo Reino Unido por roubarem a riqueza de seus países para ganho pessoal. As sanções marcam a primeira etapa de uma nova campanha para combater a corrupção e as finanças ilícitas", disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores britânico.

Entre os três sancionados está a angolana Isabel dos Santos, de 51 anos, filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos, uma mulher de negócios que, de acordo com a revista Forbes, tinha uma fortuna de US$ 2,1 bilhões em janeiro de 2020.

"Uma mulher que já foi apelidada de 'a mulher mais rica da África', ela desviou pelo menos 350 milhões de libras (cerca de 443 milhões de dólares)", disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Os outros dois indivíduos sancionados são Dmytro Firtash, um magnata ucraniano com ligações com o Kremlin, e Aivars Lembergs, uma das pessoas mais ricas da Letônia, acusado de abusar de sua posição política para cometer suborno e lavagem de dinheiro, de acordo com a declaração do Ministério das Relações Exteriores.

Os três indivíduos sancionados "estão sujeitos a novas proibições de viagem e congelamento de bens pelo Ministério das Relações Exteriores", disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

"Esses indivíduos inescrupulosos estão privando de forma egoísta seus concidadãos de recursos tão necessários para a educação, a saúde e a infraestrutura, para seu próprio enriquecimento pessoal", disse o ministro das Relações Exteriores, David Lammy, no comunicado.

"A era de ouro da lavagem de dinheiro acabou", acrescentou o ministro trabalhista no comunicado.

O último governo conservador do Reino Unido, que deixou o poder em julho, anunciou suas primeiras sanções sob seu novo regime global anticorrupção em 2021.

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© Agence France-Presse