Ucrânia diz que forças russas estão envolvidas em ataques a aeroporto no leste do país
KIEV (Reuters) - Os militares ucranianos acusaram nesta segunda-feira as forças especiais russas de participarem de ataques contra o estrategicamente importante aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde o conflito tem se intensificado nos últimos dias, apesar de um acordo de cessar-fogo em setembro.
Kiev também acusou a Rússia de traficar munição de artilharia pesada para a região, visando fortalecer os ataques dos rebeldes.
A Ucrânia tem acusado repetidamente a Rússia de enviar tropas e equipamentos militares para apoiar os rebeldes no leste, onde um movimento separatista pró-Rússia começou em abril. O Kremlin nega que esteja envolvido no conflito, em que mais de 4,3 mil pessoas já morreram.
O porta-voz dos militares ucranianos Andriy Lysenko disse que confrontos particularmente intensos ocorreram no aeroporto de Donetsk, cidade reduto dos separatistas, durante o fim de semana, e que tropas russas estiveram envolvidas.
"Há forças especiais russas. Já é o terceiro dia em que eles tentam fazer alguma coisa", disse ele à Reuters por telefone.
Bombardeios contínuos foram conduzidos por ambos os lados, mesmo depois de um acordo de paz firmado entre Ucrânia, Rússia e líderes separatistas no dia 5 de setembro, sob a supervisão da Organização para Segurança e Cooperação da Europa (OSCE).
Lysenko disse que três militares ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas em ataques de artilharia dos rebeldes, que ele relacionou à chegada de outro grande comboio de ajuda russa no domingo.
"O novo comboio humanitário chegou e os terroristas receberam munição para artilharia pesada... portanto eles são capazes de aumentar a intensidade (dos ataques)", disse.
O conflito de vários meses nas regiões separatistas do leste da Ucrânia deixaram muitas pessoas sem alimentos e suprimentos médicos. A Rússia tem enviado regularmente cargas de ajuda, que o governo pró-Ocidente de Kiev diz ser uma operação disfarçada para entregar equipamento militar aos separatistas.
(Reportagem de Pavel Polityuk e Natalia Zinets)
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