Nos últimos dias de vida, ministro da Defesa da Coreia do Norte foi a show
O ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong Chol, se sentou em uma poltrona de uma sala de concertos em uma noite no final de abril para assistir ao mais conhecido grupo pop norte-coreano, a banda Moranbong, tocar sucessos como "Pátria Gloriosa" e "Meu País é o Melhor".
Foi provavelmente a sua última aparição pública. De acordo com informações recolhidas por espiões sul-coreanos e compartilhadas com parlamentares em Seul, Hyon foi acusado no dia seguinte de traição e, mais tarde, executado cruelmente com uma arma antiaérea. Se isso for confirmado, seria o mais recente de uma série de expurgos no governo do líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Tal como aconteceu em expurgos passados no isolado país com capacidade nuclear, não existiam indícios de que Hyon, de 66 anos, estivesse em perigo. De acordo com informações na mídia estatal norte-coreana, os seus últimos dias foram de pompa, cerimônia e reverência a um sistema que, por fim, parece tê-lo matado.
Nascido na província rural de Hamgyong, no norte, em 1949, Hyon foi educado em colégios militares de prestígio da capital, Pyongyang, e passou toda a sua carreira no Exército. Membro da poderosa Comissão Nacional de Defesa desde setembro, Hyon se tornou ministro da Defesa em junho do ano passado e antes havia integrado o comitê do funeral de Kim Jong Il, uma posição que indicava sua proximidade com o então líder.
No entanto, muitos daqueles que fizeram parte do comitê foram removidos do poder, o que demonstra a formação de uma nova base de poder em torno de seu filho, Kim Jong Un. Hyon era um homem sociável, conhecido pelo comprometimento com seu trabalho, de acordo com a Herald Corp, órgão da mídia sul-coreana.
Em 13 de abril, Hyon liderou uma delegação em uma conferência de segurança em Moscou, semanas antes de Kim Jong Un ser esperado na Rússia para um desfile militar --na que teria sido sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o poder em 2011.
Em 30 de abril, em torno do mesmo período que o serviço de inteligência acredita que Hyon tenha sido executado, um porta-voz do Kremlin disse que a visita de Kim havia sido cancelada devido a "assuntos internos" da Coreia do Norte.
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