Crise de campanha de Trump se agrava com denúncias de assédio sexual
Duas mulheres acusaram Donald Trump de toques impróprios em uma reportagem publicada na quarta-feira (12) pelo jornal New York Times, alegações que seu porta-voz classificou de "ficção", mas que podem prejudicar ainda mais as chances de o candidato presidencial republicano conquistar a Casa Branca a meras quatro semanas da eleição de 8 de novembro.
A reportagem foi seguida por uma torrente de alegações semelhantes de outras mulheres, aumentando a pressão sobre a campanha de Trump, que vem perdendo fôlego nas pesquisas de opinião e tendo dificuldade para conter uma crise causada por comentários do candidato sobre como apalpa mulheres sem seu consentimento, que vieram à tona na sexta-feira.
Uma delas, Jessica Leeds, apareceu em um vídeo no site do New York Times contando como Trump apertou seus seios e tentou colocar a mão por baixo de sua saia durante um voo a Nova York em meados de 1980.
A segunda mulher, Rachel Crooks, descreveu como Trump "me beijou diretamente na boca" em 2005 do lado de fora do elevador da Trump Tower em Manhattan, onde ela trabalhava como recepcionista de uma imobiliária.
A campanha do magnata negou haver qualquer veracidade nas matérias do New York Times, e divulgou uma carta enviada ao jornal por Marc Kasowitz, um advogado que representa Trump, exigindo que a publicação se retrate da reportagem, que chamou de "difamatória", ameaçando uma ação legal se não o fizer.
"Este artigo inteiro é ficção, e é perigoso para o New York Times lançar um assassinato de caráter completamente falso e coordenado contra o senhor Trump", disse o principal conselheiro de comunicação da campanha de Trump, Jason Miller, em um comunicado.
A Reuters não conseguiu verificar os incidentes de forma independente. Leeds e Crooks não responderam de imediato a pedidos de comentários feitos pela Reuters.
"Mantemos a reportagem, que se ajusta claramente ao domínio do jornalismo de prestação de serviço", afirmou uma porta-voz do jornal.
A matéria vem à tona dois dias depois de uma pesquisa de opinião Reuters/Ipsos ter revelado que um de cada cinco republicanos acha que os comentários de Trump sobre apalpar mulheres o desqualificam para a Presidência e o colocam 8 pontos percentuais atrás da candidata democrata Hillary Clinton entre eleitores prováveis --o voto é facultativo nos Estados Unidos.
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