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ONU diz que quase 1 milhão de sírios estão sob cerco; EUA acusam militares sírios

Ahrar al-Sham/AP
Imagem: Ahrar al-Sham/AP

Na ONU

21/11/2016 18h39

O número de sírios sob cerco mais do que dobrou no último ano para quase 1 milhão, disse o responsável da Organização das Nações Unidas por ajuda ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira (21), ao mesmo tempo que os Estados Unidos deram os nomes e acusaram 13 comandantes militares sírios de matarem civis.

Cerca de 850 mil dessas pessoas estão cercadas por forças do governo, disse a ONU, enquanto o resto está retido por militantes do Estado Islâmico e outros grupos armados.

"Não há nada sutil ou complicado na prática do cerco. Civis estão sendo isolados, passando por situação de fome, bombardeados e têm atenção médica e ajuda humanitária negadas, para forçá-los a se submeter ou a fugir," afirmou Stephen O'Brien, responsável das Nações Unidas por ajuda aos 15 integrantes do conselho durante um comunicado mensal.

O'Brien fez novo apelo por uma ação forte do Conselho de Segurança para sustentar as resoluções do órgão que pedem um fim para os ataques contra civis, acesso à ajuda humanitária e a remoção dos cercos.

"Sem o apoio forte de cada um de vocês, limites serão ultrapassados de novo e de novo. Leis humanitárias internacionais serão ignoradas, crimes de guerra serão cometidos. E até haver uma ação de vocês, ninguém será responsabilizado," declarou O?Brien.

O conselho tem se mostrado dividido sobre como dar um fim ao conflito de quase seis anos, com a Rússia, aliada síria e apoiada pela China, protegendo o presidente Bashar al-Assad ao vetar várias resoluções.

Samantha Power, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, deu os nomes de 13 comandantes militares sírios que, segundo ela, estão envolvidos com a morte e o ferimento de civis desde 2011, em ataques aéreos e terrestres, e com a prisão e a tortura de civis.

"Os EUA não vão deixar os que comandam unidades envolvidas nessas ações se esconderem de forma anônima atrás da fachada do regime de Assad", afirmou ela ao conselho.

"Os que estão por trás desses ataques precisam saber que nós e a comunidade internacional estão vigiando as suas ações, documentando os abusos, e, um dia, eles serão responsabilizados?, disse.

Contudo, Vladimir Safronkov, vice-embaixador russo, acusou a representante norte-americana de hipocrisia por não dar os nomes de militantes matando civis e a criticou por listar os comandantes militares sírios.

"Você se esquece até mesmo do seu próprio padrão exemplar de presunção da inocência," afirmou Safronkov. "Isso é algo que só pode ser decidido por procedimentos legais. Isso é algo elementar."