O novo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, 49, teve duas casas incendiadas no último dia 11 de março.
No centro de uma crise interna do partido, o advogado foi eleito para comandar a sigla no final de fevereiro e deve assumir em maio.
Membro do PSL (Partido Social Liberal) desde os anos 2000, Rueda chegou a ser cogitado pelo partido para disputar o governo de Pernambuco nas eleições de 2006.
Na vice-chefia do PSL em 2019, primeiro ano de Jair Bolsonaro (à época no partido) na presidência, Rueda articulou pautas do governo no Congresso.
Em meio à crise que resultou na saída do ex-presidente da sigla, Rueda lutou para a permanência de Bolsonaro, e chegou a dizer que o PSL estava "pacificado com o presidente".
Rueda foi um dos principais articuladores da fusão entre o PSL e o DEM (Democratas), que foi concretizada no início de 2022 e deu origem ao União Brasil.
A nova aliança herdou a diretoria do PSL: com isso, Rueda foi indicado como vice-presidente da nova sigla, com Bivar presidente.
Rueda foi eleito presidente do União Brasil no dia 28 de fevereiro deste ano, evidenciando uma cisão de longa data na sigla.
Desde sua criação, o partido ficou dividido entre as alas das legendas pré-fusão e, apesar de ser originário do PSL, o agora chefe do União Brasil ganhou a eleição apoiado por egressos do DEM.
No mês passado, antes das eleições que definiram Rueda como novo chefe do partido, Bivar apareceu com uma pasta com a inscrição "denúncias".
O deputado disse que não poderia revelar o conteúdo dos documentos. De acordo com ele, há uma investigação interna na sigla coordenada pelo Departamento Jurídico.
ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Embora não tenha afirmado que as supostas denúncias que carregava eram contra Rueda, o presidente do União deu a entender que seu possível sucessor estaria envolvido.
Após os incêndios nas casas de Rueda, o novo presidente do União Brasil acusou Bivar de responsabilidade no crime e disse que iria ao STF contra o correligionário.