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Genes determinam quantidade de sono que o corpo necessita

09/03/2007 12h50

A quantidade de sono necessária para cada pessoa é determinada pelos genes, de acordo com cientistas da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha.
Enquanto algumas pessoas precisam de pelo menos oito horas de sono, outras vivem bem dormindo poucas horas - como era o caso da ex-primeira ministra britânica Margaret Tatcher, que supostamente dormia apenas quatro horas por noite durante seu mandato.

Segundo os pesquisadores, o gene Period 3, apelidado de "gene do relógio" é o responsável por essas diferenças.

Há duas variantes do Period 3 encontradas na população humana, com versões longas ou curtas de uma determinada proteína. Cada pessoa possui um par de genes, que podem ser longos, curtos ou mistos.

Os cientistas analisaram dois grupos, um com dois genes longos e o outro grupo com dois genes curtos.

Sonolência


Os voluntários ficaram acordados por 48 horas em um laboratório e foram submetidos a testes de atenção, reflexo e desempenho durante esse período.

Os pesquisadores perceberam que, enquanto os participantes com genes longos tiveram dificuldades em ficar acordados, membros do outro grupo passaram a noite sem problemas.

As diferenças nos resultados foram mais pronunciadas no início da manhã, entre as quatro e 8 horas, quando o grupo do gene longo teve o pior desempenho nos testes de atenção e memória.

Esse é exatamente o período quando trabalhadores noturnos têm mais dificuldade de ficar acordados e quando a ocorrem muitos dos acidentes causados pela sonolência.

Os pesquisadores também descobriram que quando os participantes do estudo puderam dormir normalmente, os do gene longo passaram 50% a mais do tempo na forma mais profunda de sono, um sinal de que precisavam dormir mais.

Segundo os cientistas, o estudo mostra que o gene Period 3 "pode ser um determinante importante das diferenças individuais no sono e da susceptibilidade à falta de sono, que são grandes causas de problemas de saúde e acidentes em nossa sociedade".

A pesquisa foi publicada na revista Current Biology.