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Estudantes de Londres, Recife e São Paulo discutem mudança climática

Márcia Freitas, de Londres

26/03/2007 10h51

Três escolas, dois países, um tema comum. Estudantes de Londres, de Recife e de São Paulo discutiram os efeitos da mudança climática nesta sexta-feira através de uma videoconferência organizada pelo Conselho Britânico.

O projeto reuniu 80 estudantes de 14 a 17 anos do Colégio Boa Viagem, em Recife, Colégio São Luís, em São Paulo, e Grey Coat Hospital School, uma escola para meninas de Londres.

"Eu acho que se a gente conseguir que o maior número de pessoas tome conhecimento de que isso (a mudança climática) está se tornando um grande problema para o mundo, para o planeta, a gente vai ter alcançado nosso objetivo", disse Roberta Kacowicz, representante do Conselho Britânico em Recife que veio participar da conferência em Londres.

Inicialmente, os três grupos apresentaram os resultados de uma pesquisa que realizaram em suas comunidades para saber o que jovens sabem e pensam sobre a mudança climática.

Depois, a parte mais divertida do evento. Os alunos tiveram a chance de trocar perguntas e informações sobre o impacto da mudança climática em cada cidade e sobre o que está sendo feito no Brasil e na Grã-Bretanha para tentar resolver o problema.

Os estudantes de Recife afirmaram, por exemplo, que já notam o efeito da mudança climática no nível do mar. Problema semelhante foi relatado pelas britânicas em relação ao nível do Tâmisa.

Biocumbustível e rodízio

Mas o que causou maior impacto entre as estudantes britânicas foram o rodízio de carros nas ruas de São Paulo e o uso do biocombustível.

"Eu achei uma medida um pouco dura", disse Rosy Andrews, de 15 anos, sobre o rodízio.
"Se o pedágio urbano (implementado em Londres) já difícil de ser seguido por algumas pessoas, eu fico pensando se uma idéia assim (do rodízio) pode funcionar", completou.

Já a estudante Ruby Pasong, de 16 anos, ficou impressionada com as iniciativas brasileiras.
"Eu fiquei impressionada com o rodízio de carros e também com o uso do biocombustível", disse.
"Eu fiquei pensando como é que o Brasil tem um projeto desses (o do biocombustível) e nós não temos", afirmou Ruby.
"Esse tipo de projeto mostra que há muitas coisas que nós podemos aprender com o Brasil", completou.
O intercâmbio entre os alunos das três cidades não deve continuar. Ao final da conferência, o Conselho Britânico convidou dois alunos brasileiros - um de São Paulo e um de Recife - para vir a Londres participar de uma conferência internacional para jovens sobre "cidades verdes".