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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Lula já acertou com ministro do GSI e pretende manter Abin na Casa Civil

Do UOL, em Brasília

26/05/2023 17h12

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Apesar de o Congresso ter aprovado o retorno de algumas atividades da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para o comando do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o governo prefere manter o órgão e as suas principais atribuições no guarda-chuva da Casa Civil, como Lula havia definido.

Segundo apurou a coluna, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Marco Antônio Amaro (GSI) já receberam ordem do presidente para a manutenção dessa hierarquia e estão alinhados em relação ao órgão de inteligência. Essa deve ser uma das mudanças feitas pelo Congresso a serem revertidas pelo governo.

"Não vou retomar e não pleiteio o retorno", disse o general, em entrevista ao UOL no último dia 10. Procurado novamente para comentar o tema, Amaro afirmou que "o que importa é que o GSI continue recebendo os conhecimentos produzidos pela Abin que interessem ao cumprimento das suas atribuições".

A avaliação feita dentro do governo é que devolver o comando da Abin para os militares não faria sentido neste momento, já que a medida também desagrada a servidores da própria agência.

Servidores falam em 'conquista histórica e justa'

Ontem (25), a Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin) divulgou uma nota pública afirmando que recebeu "com perplexidade" o resultado de discussões no Congresso Nacional, no contexto da votação da Medida Provisória 1.154.

"O fato de parlamentares manterem a redação original de janeiro do corrente ano perpetua grave inconsistência de atribuições no plano do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), ao preservar a 'coordenação da Inteligência federal' no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a despeito de a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) ser e permanecer um órgão integrado à Casa Civil da Presidência da República, conquista histórica e justa, defendida e aplaudida pelos profissionais de Inteligência", diz o texto.

A coluna apurou ainda que documentos internos da agência destacam a posição pública dos servidores do órgão de que "a atividade de Inteligência civil é elemento constitutivo estratégico dos Estados democráticos contemporâneos".

Na nota pública, a Intelis ressalta que o quadro de pessoal da Abin é oriundo de concurso público amplo e possui perfil técnico, sem caráter político-partidário.

"Em sua atual lotação na Presidência da República, a agência está plenamente capacitada a contribuir de maneira mais direta e assertiva no planejamento e apoio à execução de políticas públicas transversais de interesse do Estado e da Ssociedade", diz a nota.